O Centro Universitário São Camilo decidiu, nessa sexta-feira (22/9), que não vai expulsar os estudantes que aparecem em vídeos exibindo a bunda durante torneios universitários. Em comunicado, a reitoria da instituição diz que “decidiu evitar a adoção de medidas extremas” que poderiam causar injustiças”.
“Seria injusto da nossa parte expulsarmos apenas alguns e deixarmos outros que poderiam ter participado dessas ações, mas não apareceram nas imagens divulgadas. Não queremos ser precipitados a partir de julgamentos feitos no calor dos acontecimentos, e que muitas vezes levam a erros irreversíveis”, diz a universidade.
O São Camilo decidiu, contudo, suspender a participação dos alunos do curso de medicina em quaisquer competições esportivas por tempo indeterminado.
Assista:
As imagens em que estudantes de medicina da São Camilo aparecem mostrando a bunda começaram a ser compartilhadas nas redes sociais após viralizar, no último final de semana, um vídeo em que estudantes da Universidade Santo Amaro (Unisa) exibem o pênis — alguns simulan masturbação — durante partida de vôlei feminino entre alunas das duas faculdades, em abril deste ano, em São Carlos.
Alunos da Unisa dizem que o gesto de mostrar o pênis foi uma resposta a provocações feitas por torcedores da São Camilo, que teriam mostrado a bunda antes. A Unisa já decidiu expulsar 15 alunos que teriam participado do episódio obsceno, apelidado de “punhetaço”.
Para justificar a decisão, o Centro Universitário São Camilo diz que o comportamento “não é exclusivo de apenas uma dezena de alunos”. “É uma questão estrutural, que precisa ser mudada de forma eficaz, mesmo que tais ações aconteçam em espaços externos à universidade”.
A instituição afirma que o Departamento de Psicologia da instituição está à disposição dos alunos para oferecer apoio e que os trotes são proibidos.
Investigação policial
A Delegacia de Investigações Gerais de São Carlos apura se o gesto de alunos da Unisa de exibir o pênis durante jogo de vôlei feminino foi um ato de masturbação coletiva ou se foi uma resposta a provocações feitas pela torcida adversária. De acordo com o delegado João Fernando Baptista, isso vai determinar a tipificação do indiciamento dos envolvidos.
“É preciso apurar se os atos dos alunos da Unisa foram direcionados às alunas que estavam participando do jogo de vôlei ou se foi uma provocação (ou resposta a uma provocação) para a torcida rival que estava do outro lado da quadra”, diz ele.
“Essa questão é muito importante pois poderá definir se o crime foi de ato obsceno (manifestação de ato sexual em público e sem uma vítima específica) ou de importunação sexual, visto que este é muito mais grave”, conclui o delegado.
João Fernando Baptista afirma que a tipificação da prática de importunação sexual tem como requisito a prática do ato libidinoso com o objetivo de satisfazer um desejo sexual.
Fonte: Metrópoles.