Os últimos dias de inverno têm tido a cara do verão no Rio, e até os bichinhos estão precisando de alternativas para se refrescarem. No BioParque do Rio, antigo zoológico, em São Cristóvão, na Zona Norte, do leão Simba à elefanta Koala, os picolés — de diferentes sabores, das frutas ao sangue — prometem tornar mais fresco o dia deles.
A ação faz parte das atividades de enriquecimento ambiental que os cuidadores do BioParque fazem com os animais com frequência, com o objetivo de estimular comportamentos naturais de cada espécie. No verão ou em dias de calor no restante do ano, os picolés personalizados são uma opção para refrescar.
— Um comportamento estimulado pelo picolé é a lambedura. A gente oferece a dieta numa apresentação diferente e estimula diferentes formas de forrageio, que é a procura pelo próprio alimento. No caso do picolé, a gente também consegue conferir conforto térmico, fica mais refrescante — detalha Letícia Feitosa, bióloga de bem-estar animal do BioParque do Rio.
Desde as início da manhã, o cardápio está sendo servido aos “hóspedes” dos recintos. O leão Simba foi o primeiro, com um picolé em formato de pudim. Para desfrutar do sabor de sangue, ele ficou com o bumbum para o alto, enquanto lambia a iguaria. A onça-pintada Poty foi outra a se beneficiar do picolé de sangue.
🚨BRASIL: Leão de zoológico do Rio recebe picolé sabor sangue para se refrescar no calor. pic.twitter.com/JU5jG97ne7
— CHOQUEI (@choquei) September 23, 2023
Já a elefanta Koala recebe picolés de frutas em formatos de blocos de gelo, para que possa quebrar com as patas e, enfim, pegar a comida com a tromba. No fim do banquete, um banho de mangueira a refrescou, cena que fez sucesso entre os visitantes.
A forma dos cuidadores entregarem os picolés varia. Animais considerados do grupo de risco demandam uma segurança maior dos profissionais, que usam as chamadas “áreas destinadas ao manejo”, que existem atrás de cada recinto. Já os primatas — macacos-aranhas, bugios e cuxiús — recebem os picolés em mãos. O urso pardo Zé Colmeia será servido na hora do almoço.
Segundo Letícia Feitosa, a programação semanal intercala os animais que receberão os picolés. Além de precisar manter como novidade a atividade, para seguir estimulando os bichinhos, há a necessidade de encaixar à logística do local. Uma câmara de congelamento, do tamanho de uma sala, armazena os produtos. Mas a bióloga garante: se faz calor, algum animal está recebendo picolé no BioParque.
— Os visitantes também amam. E é muito legal, porque o próprio enriquecimento ambiental é uma ferramenta de educação ambiental. Mas tem visitante que fica apavorado: uma vez, uma moça me perguntou se o (picolé) do leão era açaí — diverte-se Letícia.
Chá no frio e música clássica
Não é só de picolé que vivem os animais do BioParque. Entre as atividades de estímulo, por exemplo, podem estar exercícios de caça e até a inserção de cheiros diferentes, no caso de animais que gostam de marcar território. Os cuidadores podem colocar canela, só pelo cheiro diferente, até o feno usado por algum animal que seria presa daquela espécie.
Se o animal for natural de ambiente frio, o picolé pode ser servido até em dias mais frios. Varia de para outro. Entre os primatas, por exemplo, o gosto é pela música clássica e, em dias de temperaturas mais amenas, o jeito é um chá morno, colocado na casca de um coco, para ser usada como cumbuca.
O BioParque do Rio (Quinta da Boa Vista s/n, São Cristóvão) funciona diariamente, das 9h às 17h, com portões abertos até as 16h. Os ingressos custam entre R$ 23,50 (meia-entrada) e R$ 47 (inteira).
Fonte: Extra.