Com receios sobre a saúde fiscal do país e posicionamento contracionista das políticas monetárias na Europa e Estados Unidos, a queda da Selic por aqui ainda não é o bastante para devolver o otimismo à bolsa brasileira. Na semana, o Ibovespa acumula queda de 2,20%, depois de uma quinta-feira de forte aversão ao risco. No mês, o indicador ainda se mantém positivo em 0,35%.
No radar dos investidores nesta sexta-feira de agenda econômica esvaziada, está a suspenção das exportações de diesel da Rússia para conter suposto desabastecimento interno. O país tem sido um importante fornecedor de combustível para o Brasil nos últimos meses e, a depender da duração da medida, pode impactar os preços praticados por aqui também. No mercado internacional, o combustível chegou a subir mais de 5% após o anúncio russo, mas recuou e acumula pouco mais de 3% de alta de ontem para hoje.
Para fechar a semana de decisões sobre juros, o BoJ (Banco do Japão, na sigla em inglês) manteve a taxa em -0,10% e a banda de controle dos papéis do governo japonês de 10 anos entre -0,5% e 0,5%. Com o anúncio, a moeda japonesa se desvalorizou em relação ao dólar.
Por aqui, a equipe econômica tem tentado emplacar uma visão de que o recado do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a “importância da firme persecução” das metas fiscais seria uma demonstração de alinhamento do Banco Central com a equipe econômica. A estratégia tenta esconder o isolamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no governo para que o Congresso Nacional evite a aprovação de novas despesas e apoie as medidas voltadas para o aumento da arrecadação.
No campo das commodities, o minério de ferro se recupera da forte queda de ontem e sobe mais de 3% em Singapura nesta manhã, cotado a US$ 121,20 a tonelada. O petróleo também voltou a subir e era negociado em alta de 0,84%, a US$ 94,08 o barril do tipo Brent, às 8h17.
O Antagonista