O ex-doleiro Alberto Youssef entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) solicitando investigação contra o ex-juiz e agora senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O pedido foi enviado na 6ª feira (15.set.2023) e colocado sob sigilo pelo ministro Dias Toffoli.
A ação visa a apuração de suposta interferência da sindicância conduzida pela PF (Polícia Federal) na operação Lava Jato, em 2014, além dos despachos em processos da Odebrecht. Neste último caso, Moro teria negado à defesa de Youssef o acesso a provas colhidas pela PF obtidas por meio de grampo ilegal.
A defesa do ex-doleiro quer que a PF investigue o suposto interesse pessoal de Moro em acobertar o uso de grampos ilegais na cela de Youssef.
Em nota ao Poder360, a assessoria de Moro disse que “o caso no Paraná passou por vários juízes, sendo arquivado pelo juiz Bonat, que agiu com correção. Qualquer insinuação de envolvimento do senador Sergio Moro é calúnia”.
PEÇA FUNDAMENTAL
Alberto Youssef foi um dos principais colaboradores no início da Lava Jato, por meio de delações premiadas. Em 2014, já havia sido preso por determinação do então juiz Sergio Moro.
Em 19 de maio deste ano, o ex-doleiro afirmou ter obtido novas provas de que a PF utilizou um grampo ilegal para monitorá-lo na prisão, em Curitiba. As gravações teriam sido realizadas em 2014.
À época, Youssef mostrou os grampos irregulares localizados em sua cela, e que resultaram na denúncia oficial. A PF afirmou que as escutas encontradas na carceragem eram antigas e estavam desativadas.
Agora, o ex-doleiro disse ter obtido acesso aos áudios decorrentes dos grampos irregulares. Com as informações, pedirá à Justiça Federal a anulação do acordo de delação premiada e das condenações que recebeu.
Em 22 de maio, o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, determinou que a superintendência da PF no Paraná instaure um inquérito para apurar a escuta ilegalcolocada na cela de Youssef.
Appio considerou as circunstâncias relatadas por Youssef e determinou a instauração do “competente inquérito policial para a rigorosa e necessária apuração dos mesmos”. Eis a íntegra do despacho (147 KB).