O pastor Osório José Lopes Júnior é um dos alvos da investigação da Polícia Civil do Distrito Federal, deflagrada nesta quarta-feira (20), que investiga um grupo suspeito de praticar golpes financeiros contra mais de 50 mil vítimas de todo o Brasil e no exterior.
Ele é alvo de mandado de prisão, mas está foragido. O g1 tenta contato com a defesa do investigado. A Polícia Civil aponta que o grupo movimentou R$ 156 milhões em 5 anos, além de criar 40 empresas “fantasmas” e movimentar mais de 800 contas bancárias suspeitas.
Osório é acusado de aplicar golpes em fiéis de Goianésia, no centro de Goiás, e demais pessoas de vários estados do país, em 2018. À época, ele e outro pastor alegavam que haviam ganhado um título de R$ 1 bilhão, mas precisavam reunir fundos para conseguir recebê-lo.
O líder religioso prometia lucros até dez vezes acima dos valores repassados pelas vítimas e conseguiu cerca de R$ 15 milhões com o golpe. Para uma das vítimas, prometeu repassar mais de R$ 2 quatrilhões, valor que supera as fortunas somadas das dez pessoas mais ricas do mundo.
A tática é semelhante aos supostamente usados por ele no golpe investigado pela operação deflagrada nesta quarta-feira. A Polícia Civil detectou “a promessa de que somente com um depósito de R$ 25 as pessoas poderiam receber de volta nas ‘operações’ o valor de Um Octilhão de Reais, ou mesmo ‘investir’ R$2 mil para ganhar 350 bilhões de centilhões de euros’.
Em 2018, o homem chegou a ser preso, mas responde ao processo em liberdade. A sentença ainda não foi proferida pela Justiça. Após ser liberado da prisão, Osório se mudou para São Paulo.
A operação desta manhã foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR).
Vídeos no YouTube
Em vídeo no YouTube, pastor pedia dinheiro para fiéis em troca de ‘presentes’ — Foto: YouTube/Reprodução
O pastor Osório José Lopes Júnior tem um canal no YouTube, com mais de 70 mil inscritos e cerca de 500 vídeos publicados. Na página, ele se define como “pai, esposo e servo de um Deus vivo”.
Em seus vídeos, o líder religioso mistura pregações com pedidos de dinheiro para a “operação”. Segundo ele, em alguns dias, todos receberiam “aquilo que era o de direito”.
“Estou lhe implorando. Você que pode nos ajudar com R$ 10, R$ 20, R$ 100, R$ 1000, o que você puder. Compre essa briga junto com o pastor Osório. O que eu estou pedindo aqui é de coração. É o meu CPF, vai estar no nome do pastor Osório”, diz ele em um vídeo de julho deste ano.
Em outra publicação, da última quarta-feira (13), Osório pede R$ 200 em troca de 15 medalhões. “‘Ah, é golpe’. Então, não dá. Para que você vai dar?”, argumenta ele.
“Pegue esses presentes [os 15 medalhões] e distribua para as pessoas”, conclui o pastor.
G1