Em entrevista ao site Brasil 247, o presidente do Partido da Causa Operária, PCO, Rui Costa Pimenta, defendeu o réu Aécio Lúcio Costa Pereira, funcionário da Sabesp condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 17 anos de prisão. Aécio foi acusado de cinco crimes: abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.
“Esse cidadão é um zé ruela, é um funcionário da Sabesp, não um general. É um pobre coitado que foi lá e, na cabeça dele, ele ia derrubar o governo Lula. Isso não é crime. Ser iludido e delirar não é crime. Crime é um general sair com uma tropa para dar um golpe de estado, mas lá o pessoal não estava nem armado. O pessoal que estava lá ser caracterizado como golpe de estado é uma barbaridade jurídica. Isso tudo abre caminho para julgamentos extremamente autoritário. Não foi uma e nem duas vezes que os movimentos sociais invadiram o Congresso, agora vai dar 17 anos de cadeia? Quando um cara do MST invadir uma fazenda, vai dar 17 anos de cadeia? Isso seria extremamente absurdo. Estão julgando as pessoas pela intenção“, disse Pimenta.
No voto que baseou a condenação, o ministro Alexandre de Moraes apresentou conclusões comuns a todas as ações penais conta os acusados pelo 8 de janeiro. Para ele, ficou clara a intenção do grupo de derrubar o governo eleito em 2022, escancarada pelo pedido de intervenção militar. Segundo o relator, apesar de os invasores das sedes dos Três Poderes não portarem armamento pesado, eles “estavam numericamente agigantados e violentos”.
A tese da condenação por crime multitudinário, de autoria coletiva, prevaleceu, assim como a interpretação de que os manifestantes tentaram executar um golpe de Estado. “Eles não estavam aqui a passeio, mas com uma finalidade golpista. A tentativa de morte da democracia não é pacífica. O que ocorreu no dia 8 foi um ato violentíssimo contra o Estado democrático de direito”, disse Moraes.
Créditos: CRUSOÉ.