A inflação disparou além das expectativas na Argentina no mês passado, após uma desvalorização abrupta da moeda, aprofundando a crise econômica do país antes das eleições presidenciais de outubro.
Os preços ao consumidor subiram 12,4% em agosto em relação a julho, o maior aumento mensal desde 1991, quando o país estava saindo da hiperinflação, de acordo com dados do governo publicados hoje. Os economistas consultados pela Bloomberg esperavam 11,5%. Em uma base anual, os preços subiram 124,4%, o que também representa um recorde de três décadas.
A inflação de agosto, o dobro do ritmo observado em julho, confirma as consequências da desvalorização de 18% da moeda pelo governo.
As empresas de Buenos Aires e de outros lugares aumentaram os preços da noite para o dia após a queda da moeda, alimentando preocupações sobre o retorno da hiperinflação.
Apesar do salto inflacionário, o banco central provavelmente vai manter a taxa básica de juros inalterada porque espera que os preços desacelerem no final do ano, disseram anteriormente duas autoridades com conhecimento direto do assunto à Bloomberg News.
A desvalorização também foi uma condição estabelecida pelo Fundo Monetário Internacional como parte do programa de ajuda de US$ 44 bilhões ao país, depois que o governo efetivamente ficou sem dólares para manter todos os seus rígidos controles cambiais, que supervalorizaram o peso durante anos.
A atividade econômica encolheu mais do que o esperado em junho, um sinal de que a economia provavelmente entrará em recessão ainda este ano.
Os argentinos vão às urnas dia 22 de outubro para escolher o novo presidente. Se houver segundo turno, o novo líder do país sai no dia 19 de novembro.