O YouTube excluiu vários vídeos com a tese fantasiosa sobre o atentado a faca que Jair Bolsonaro sofreu na cidade de Juiz de Fora, em 2018. Entre os vídeos removidos está o documentário que o site pró-Lula Brasil 247 produziu sobre o ataque contra Bolsonaro.
Segundo o site lulista, ao menos 15 vídeos foram deletados. Destes, sete citam a facada levada por Bolsonaro em 6 de setembro de 2018. Além de destacar informação falsa —a de que Adélio Bispo de Oliveira foi filiado ao PSD—, o documentário do 247 recorria a uma série de teorias da conspiração que propagam na internet, a maioria delas investigadas e descartadas pela Polícia Federal ou pela simples ausência de lógica, e as associa a outras de lavra própria para chegar a ilações sem qualquer comprovação, várias delas contraditórias umas com as outras.
O site Brasil 247 começa 2022 com mudanças no comando da redação e abertura da sua linha editorial. Declarou apoio a Lula.
“Eleger Lula presidente da República pela 3ª vez significa restaurar a esperança como bússola a nos conduzir de volta ao rumo que trilhamos desde 1985, quando a eleição indireta de Tancredo Neves inaugurou o longo e tortuoso processo de restauração democrática após a ditadura militar”, disse o site em 2021.
“Nossa política de discurso de ódio proíbe conteúdo que negue, banalize ou minimize eventos históricos violentos, incluindo o esfaqueamento de Jair Bolsonaro. O discurso de ódio não é permitido no YouTube, e removeremos material sobre o esfaqueamento de Jair Bolsonaro que viole esta política se não fornecer contexto educacional, documental, científico ou artístico no vídeo ou áudio”, disse o YouTube sobre a exclusão dos vídeos.
O documentário também tenta emplacar a tese de que Adélio era, na verdade, uma pessoa com posições mais alinhadas a Bolsonaro, não uma pessoa simpática à esquerda.
Adélio foi filiado ao PSOL de Uberaba de 2007 a 2014, mas nunca militou —esse fato, sustenta o documentário, serviu à narrativa eleitoral da facada ruim, a de que a esquerda quis tirar Bolsonaro da disputa.
O jornalista de esquerda Joaquim de Carvalho ressalta no documentário a sua estranheza sobre o fato de a imprensa nunca ter dito que Adélio havia sido filiado do centro-direitista PSD, de Gilberto Kassab, até 2016. Como prova, apontou um pedido de desfiliação do PSD assinado por Adelio.
A informação é falsa, Adélio jamais foi filiado ao PSD, e essa informação está disponível a qualquer cidadão no Tribunal Superior Eleitoral e é confirmada pela sigla.
A decisão do YouTube causou revolta na ala esquerdista nas redes sociais, que reclamaram de censura. Veja algumas reações: