O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por “inserção criminosa de dados falsos” de vacinação dele em sistemas do governo federal. O crime teria ocorrido em um posto de saúde de São Paulo, em 2021. Para a instituição, há “indícios suficientes” do cometimento do ato.
De acordo com o documento a que o R7 teve acesso, o procurador da República Alexandre Jabur afirma que “a materialidade dos fatos está bem delimitada, na medida em que foram juntados os prints do sistema que comprovam as declarações das testemunhas”.
“Sobre fatos similares — entenda-se inserção de dados inverídicos da vacinação de Jair Messias Bolsonao em sistema de informação do Ministério da Saúde — e muitos outros fatos supostamente delituosos, foi deflagrada operação pela Polícia Federal no início de maio de 2023, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão e prisão preventiva. O fato é público”, diz.
Investigação paralela
Em maio, ao autorizar uma operação da Polícia Federal sobre o mesmo assunto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ser “plausível” a linha de investigação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da inserção de dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde.
Foram presos Mauro Cid e Luis Marcos dos Reis, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro; Max Guilherme de Moura e Sergio Cordeiro, seguranças do ex-presidente; Ailton Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro em 2022; e João Carlos de Souza Brecha, secretário da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ).
De acordo com a Polícia Federal, as inserções falsas foram feitas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. O crime teria sido praticado para burlar restrições sanitárias e viajar para países como os Estados Unidos, que então exigiam vacinação para a entrada no país. As informações foram excluídas posteriormente.
À época, o ex-presidente afirmou que não existe adulteração por parte dele no documento de vacinação e reafirmou não ter tomado o imunizante por “decisão pessoal”.
R7