A inteligência artificial está produzindo o milagre de “ressuscitar” estrelas da música. Aconteceu com Elis Regina num controvertido comercial de marca de carros, e Paul McCartney afirmou que os Beatles lançarão nova música com voz de John Lennon graças a inteligência artificial. O uso da tecnologia, entretanto, levou artistas de vários segmentos a se preocuparem com o futuro, especialmente após a morte. A atriz americana Whoopi Goldberg, por exemplo, proibiu a criação de holograma com a sua imagem após morte. A cantora e compatriota Madonna também pôs em testamento proibição do uso de imagens suas geradas por inteligência artificial.
Arquivo pessoal exclusivo para o PAGE NOT FOUND
A decisão chegou à indústria pornô. A atriz brasileira Elisa Sanches, de 42 anos, anunciou ao PAGE NOT FOUND ter feito um testamento registrado em cartório sobre sua vontade em proibir o uso de sua imagem em filmes adultos após a sua morte. A medida foi tomada após Elisa descobrir que o seu rosto estava sendo usado em vídeos de sexo explícito, veiculados na web, em montagem conhecida como deepfake.
“Comecei a ficar preocupada quando me mandaram um vídeo de conteúdo adulto com o meu rosto, mas não era eu. Eu assisti ao vídeo e nunca tinha gravado aquela cena. Foi uma pessoa anônima que me mandou o vídeo para me alertar e eu fiquei em choque por saber que isso realmente acontece. Achei que isso está se transformando em um abuso de imagem. A inteligência artificial pode ajudar muito, mas também ser uma péssima influência para outras coisas. Achei isso muito perigoso, se fazem isso com pessoas em vida, imagine após a morte. Desse dia em diante eu decidi tomar previdências e me precaver”, disse Elisa ao PAGE NOT FOUND.
“Eu fiquei em choque e extremamente nervosa. Lembro que chorei muito, fiquei depressiva por algumas semanas. Me senti usada e explorada”, acrescentou a carioca, que também já foi apresentadora de reality erótico e que, no ano passado, candidatou-se a deputada federal pelo Rio de Janeiro pelo partido Patriota. Recebeu 4.997 votos e não foi eleita. Elisa conta que entrou no ramo do entretenimento adulto, em 2016, para esquecer um ex-namorado.
Extra/Globo