A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu o apoio de Guilherme Boulos (PSOL-SP) nesta quinta-feira (31), em prol de uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir o bloqueio de contas de ressarcimento de parlamentares por ordem judicial.
A motivação dela foi o caso do também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que foi alvo de uma decisão judicial de Nova Friburgo, interior do Rio de Janeiro, que determinou o bloqueio de R$ 1 milhão na sua conta de ressarcimento de despesas parlamentares. Ele divulgou o caso nas redes sociais na última terça (29).
– Contatei Guilherme Boulos, líder do PSOL, propondo reunião com Arthur Lira, presidente da Casa. Apesar das visões políticas 100% opostas, busco resolver burocracias que travam o trabalho de todos – disse Zambelli.
Os dois estavam no mesmo evento e, de acordo com fontes que estavam local, a deputada foi até Boulos, que a ouviu, mas não se manifestou.
Na nota divulgada pela assessoria de imprensa, Zambelli se solidariza com Braga e diz que o bloqueio de contas de ressarcimento é um problema enfrentado há tempos por parlamentares de direita.
É nessas contas que deputados recebem o ressarcimento de despesas com passagens aéreas, alimentação e transporte. Essas despesas precisam ser comprovadas e estar dentro dos limites da cota parlamentar – uma espécie de “teto” para esses gastos.
Ela também comparou o caso do parlamentar do PSOL com os seus próprios processos judiciais.
– Enfrentei bloqueio por multas devido a postagens em minhas redes sobre Lula e ditadores como Ortega e Maduro. O TSE entendeu que tratava-se de fake news – falou a deputada.
Neste ano, a deputada chegou a abrir uma vaquinha virtual para pagar multas e condenações processuais. Em dez dias, Zambelli arrecadou R$ 168 mil, o que, segundo ela, superava a meta inicial de R$ 100 mil.
A tentativa de aproximação com Boulos foi repudiada por Braga na manhã desta sexta (1º). Ele acusou Zambelli de usar o caso dele “como artilharia para suas questões” e recusou a solidariedade da deputada.
– Não serei usado de escada. Falsa simetria comigo não rola. Não tentei dar golpe de Estado de orientação fascista e nem sustentei projeto de morte – disparou.
*AE