A advogada Daniela Teixeira, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta terça-feira, 29, tentou se aproximar da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, quando participou da comitiva que foi acompanhar o recebimento do prêmio Camões pelo compositor Chico Buarque, em Portugal.
O episódio foi registrado em maio pela Coluna do Estadão. A entrega do prêmio foi no dia 24 de abril. Buarque havia sido contemplado com ele em 2019, mas Jair Bolsonaro (PL), então presidente, se recusou a cumprir as etapas necessárias para chancelar a premiação. Por isso, só na gestão de Lula o compositor pode recebê-la.
Outros candidatos à vaga para a qual Daniela foi indicada também buscaram fazer a mesma aproximação com Janja, por conta da influência que ela tem no governo.
Na ocasião, Daniela Teixeira, que já despontava como uma das favoritas, publicou nas suas redes sociais fotos ao lado do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, do senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado de Lula e que tem buscado reconquistar protagonismo político na atual legislatura, e do deputado Emídio de Souza (PT-SP). Ela também posou ao lado do presidente.
Daniela é advogada criminalista e foi a Portugal junto com membros do Grupo Prerrogativas, composto de membros da comunidade jurídica críticos à Operação Lava Jato e próximos do Partido dos Trabalhadores (PT). “Ela já é uma de nós e foi convidada a viajar com a gente”, disse na época o advogado Marco Aurelio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas.
A advogada foi escolhida para a lista sêxtupla elaborada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em seguida, figurou a lista tríplice definida pelo STJ, encaminhada a Lula. Ela foi presidente da seccional do Distrito Federal e atuou por 26 anos apenas perante as Cortes Superiores (STF, STJ e TSE).
No Diário Oficial da União desta quarta-feira, 30, foi publicada a escolha do presidente em mensagem destinada ao Senado. Caso seja aprovada pelo Legislativo, Daniela ocupará na Corte uma cadeira destinada à advocacia, que ficou vaga com a aposentadoria do ministro Felix Fischer.
UOL