A proposta de Barroso cita uma data diferente, 21 de março. Embora a justificativa do projeto não mencione nominalmente Bolsonaro, trata-se do aniversário do ex-chefe do Executivo. O texto apresentado na Câmara Federal traz trechos inteiros idênticos ao da proposta que acabou derrubada em Porto Alegre.
No projeto de lei, o deputado argumenta que o patriotismo “parece estar desgastado” e que “o respeito à Bandeira e ao Hino Nacional está banalizado”. Diante disso, alega Barroso, seria importante a criação de um dia em defesa dos símbolos nacionais.
“Precisamos voltar a cultivar o respeito em toda a sua plenitude. O respeito aos símbolos nacionais faz parte da nacionalidade, da unidade do país, faz parte da cultura saudável de um povo. O hino, a bandeira nacional, os heróis de sua história, compõem também o rol de símbolos que representam a nação e que devem ser honrados, defendidos e valorizados”, afirma o parlamentar na justificativa.
Na proposta, o deputado federal chega a copiar trechos inteiros da sugestão que gerou polêmica na capital gaúcha. “O hino, a bandeira nacional, os heróis de sua história, compõem também o rol de símbolos que representam a nação e que devem ser honrados, defendidos e valorizados”, diz uma das passagens idênticas.
“Assim, o Patriotismo é o amor genuíno que um indivíduo nutre pela história de seu território ou de sua nação, uma identificação sincera com sua identidade cultural historicamente construída, segundo o filósofo Luiz Felipe Pondé”, afirma outro recorte do projeto, também presente na iniciativa derrubada em Porto Alegre.
Nas redes sociais, Adilson Barroso costuma publicar fotos em que aparece ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e faz críticas constantes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Revogação em Porto Alegre
Vereadores da Câmara de Porto Alegre levantaram a discussão sobre o Dia do Patriota nas últimas semanas, em projeto apresentado pelo vereador Alexandre Bobadra (PL) que previa a comemoração no dia 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram os prédios dos três Poderes, em Brasília. A proposta foi promulgada no dia 7 de agosto pela Casa e não fazia qualquer menção à justificativa para a escolha da data.
A lei municipal, porém, foi revogada pelos parlamentares nesta segunda-feira, avaliando pedido apresentado pela vereadora Karen Santos (PSOL) na última semana. No mesmo dia, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), também determinou a suspensão da lei por ferir os princípios básicos da Constituição.