O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma queixa-crime contra o programador Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Vaza Jato, pela suposta prática do crime de calúnia. A ofensiva ocorre após Delgatti afirmar que teria recebido um pedido do ex-mandatário para assumir a autoria de um grampo ilegal contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
A informação foi divulgada pela coluna de Mônica Bergamo.
Na ação apresentada ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, a defesa do ex-presidente afirma que há elementos suficientes em relação ao delito supostamente praticado por Delgatti. De acordo com a petição, Delgatti teria disseminado fatos “manifestamente mentirosos” e lesionado a honra de Bolsonaro diante de inúmeras pessoas.
A ação penal já foi distribuída e será analisada pelo 3º Juizado Especial Criminal de Brasília, vinculado ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Além do grampo ilegal contra Moraes, o hacker da Vaza Jato acusa Bolsonaro de participar de ações contra o processo eleitoral de 2022.
Delgatti foi preso no início deste mês sob suspeita de tramar contra Moraes, a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). No último dia 21, o programador foi condenado pela 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília a 20 anos de prisão pelo caso da invasão do Telegram de autoridades em 2019.
Naquele ano, Delgatti foi preso na Operação Spoofing por suspeita de invadir contas de autoridades na rede social, entre elas de integrantes da força-tarefa da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro. As mensagens trocadas com o ex-procurador Deltan Dallagnol mostraram uma relação alinhada entre Ministério Público e juiz, o que foi decisivo para a derrocada da operação anos depois.
Jornal do Comércio