O ministro da Defesa, José Múcio, disse na tarde desta 4ª feira (23.ago.2023) que a PF (Polícia Federal) negou o pedido feito pelo ministério sobre os nomes dos militares que se encontraram com o hacker Walter Delgatti Neto. A declaração foi dada a jornalistas na sede da PF, depois de encontro com o diretor geral da corporação, Andrei Rodrigues.
Múcio disse ter enviado um ofício solicitando os nomes dos militares envolvidos no caso, mas a PF afirmou que o processo segue sob segredo de justiça. O ministro acrescentou também ter enviado o ofício solicitando os nomes ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e que estava aguardando um retorno do magistrado.
O ministro havia enviado o ofício à PF na 6ª (18.ago), pedindo o nome dos militares que teriam supostamente se reunido com Delgatti antes das eleições de 2022 para discutir sobre a fragilidade das urnas.
Em depoimento à PF, segundo o advogado de Delgatti, Ariovaldo Pereira, o hacker detalhou a sala em que esteve no Ministério da Defesa.
Já na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, em 17 de agosto, Delgatti afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe deu “carta branca” para agir e provar a suposta vulnerabilidade das urnas eletrônicas.
Segundo Delgatti, Bolsonaro também pediu que ele conversasse com técnicos do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas. Ele disse ter ido 5 vezes ao ministério por “ordem” do ex-chefe do Executivo, que teria escalado militares para mediar as visitas ao órgão.
Em frente à sede da PF, Múcio disse não haver “nenhum” registro ou imagens nas câmeras de segurança que mostram a passagem de Delgatti pelo ministério. O ministro alegou ainda ter solicitado as informações para a corporação para realizar uma “sequência de investigações”.
Mais cedo, Múcio se encontrou com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A jornalistas, Dino disse terem discutido o tema –apesar de não ter sido o assunto central da conversa.
Segundo Dino, há um “consenso” entre os ministério da Justiça e da Defesa de que as pessoas que cometeram crimes no caso, sejam civis ou militares, devem ser punidas.
“Há uma ideia de deixar as investigações caminharem normalmente nos termos da lei, sob a condução do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal”, declarou o ministro.
Poder 360