O ministro Alexandre de Moraes, do STF, recebeu na semana passada um pedido de prisão contra Léo Índio, primo dos filhos mais velhos de Jair Bolsonaro, elaborado pelo Coletivo de Direito Popular, formado por advogados ligados à UFF. A ação estava sob relatoria de Dias Toffoli e foi redistribuída para Moraes por ter relação com os atos de 8 de janeiro, em Brasília: ele esteve na invasão ao prédio do Congresso, daí o pedido para que seja punido.
Moraes, no entanto, decidiu interromper a tramitação dessa causa. Tão logo tomou conhecimento dela, o magistrado determinou o seu arquivamento. Entendeu que já há um outro processo no Supremo, também iniciado em janeiro, a pedido do MPF. Nele, o próprio Moraes autorizou uma operação de busca e apreensão contra Léo Índio, também no início do ano, pelo mesmo motivo. Nos autos do caso movido pelo MPF, ficará contida a petição do Coletivo Direito Popular.
Com a movimentação, novas decisões de Moraes a respeito de Léo Índio serão tomadas em sigilo. Isso porque a ação movida pelos advogados não estava em segredo de justiça, diferentemente da que foi aberta pelo MPF. A PGR, aliás, indicou ao ministro a importância de manter a tramitação de apenas um dos dois casos e de manter os próximos passos em sigilo.
O Globo/Lauro Jardim