Familiares suspeitam que tenente da PM agiu de forma premeditada e que já teria a intenção de provocar Leandro Lo
Fátima Lo, mãe de Leandro Lo, lutador que teve morte cerebral ao ser baleado na cabeça após briga na madrugada de domingo (7), em um desentendimento durante um show no Esporte Clube Sírio, na zona sul de São Paulo, disse que o tenente da PM Henrique Otavio Oliveira Velozo, suspeito de ter efetuado os disparos, também era lutador de jiu-jítsu e conhecia a vítima.
Os familiares suspeitam que Henrique tinha a intenção de provocar Leandro e que agiu de forma premeditada.
Detido no presídio Romão Gomes, o tenente prestou depoimento ontem e admitiu que já conhecia a vítima, o que confirma a versão da mãe de Leandro. Ele passará por audiência de custódia no início da tarde desta segunda-feira (8).
A polícia investigará agora se a provocação de Henrique de fato foi premeditada, como acredita a família de Leandro.
O caso
O atleta, que teve morte cerebral, foi baleado na cabeça durante uma briga em um show no Esporte Clube Sírio, no bairro Planalto Paulista, na madrugada de domingo (7). O acusado estava de folga.
De acordo com a SSP, a Polícia Militar instaurou uma apuração administrativa contra o policial militar. O caso é investigado pelo 16° DP (Vila Clementino).
O advogado que acompanha o caso, Ivã Siqueira Júnior, confirmou a morte cerebral do atleta, que foi levado para o Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya.
Conforme testemunhas, o policial foi à mesa de Leandro Lo após uma discussão. O PM teria pegado uma garrafa, enquanto o lutador se levantou, tirou o objeto da mão do agente e, em um golpe de luta, o derrubou e imobilizou.
Naquele momento, colegas da vítima separaram os dois e tentaram encerrar a briga. O agente, minutos depois, deu uma volta na mesa e, diante do lutador, sacou uma arma e efetuou o disparo, que atingiu a região frontal da cabeça da vítima.
Segundo o advogado que acompanha o caso, o agente teria feito uma “provocação” a Leandro Lo ao chacoalhar uma garrafa na mesa do lutador. Quando o atleta imobilizou o agente, os amigos próximos à mesa tentaram separá-los. “Ele foi embora sem reagir, mas depois voltou e efetuou um único tiro na região da cabeça”, explica o advogado.