O general Mauro Lorena Cid perdeu a autorização para visitar o filho, o tenente-coronel Mauro Cid, na prisão. A decisão de cancelar a autorização foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, depois que os dois, pai e filho, passaram a ser investigados pelo mesmo crime.
O ministro proibiu ainda o filho do general, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, de comunicar-se com os demais investigados no caso da venda e recompra nos Estados Unidos de joias recebidas de presente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de autoridades estrangeiras.
A Polícia Federal descobriu que Mauro Cid vendeu joias nos Estados Unidos, como um relógio Rolex, no início deste ano quando foi junto com Bolsonaro para a Flórida, Estados Unidos. Depois da decisão do Tribunal de Contas da União, de que as joias tinham de ser devolvidas para a União, o tenente-coronel fez uma operação de recompra delas.
As joias saíram do país no avião presidencial que levou Bolsonaro para os Estados Unidos, no dia 30 de dezembro, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As joias, segundo o TCU, não podiam ser lançadas no acervo privado do ex-presidente por não serem classificadas de natureza personalíssima.
Nas investigações, a Polícia Federal descobriu que o general Lorena Cid auxiliou nas negociações das joias. Uma parte dos recursos arrecadados transitou pela sua conta e ele entregou outra a Bolsonaro em dinheiro nos Estados Unidos, antes que o ex-presidente retornasse ao Brasil.
Agora, como os dois são investigados inclusive por formação de organização criminosa no caso das joias, o ministro Alexandre de Moraes decidiu cancelar a autorização para que o pai visitasse o filho na prisão. Ele está preso em dependências do Exército.
Nesta semana, o novo advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, disse que seu cliente vai confessar que vendeu o relógio Rolex e depois decidiu recomprá-lo para cumprir a determinação do TCU. Segundo o advogado, Bolsonaro pediu para que ele “resolvesse o caso do relógio”.
A estratégia do advogado é tentar inocentar o pai de Mauro Cid. Segundo ele, o general apenas emprestou a sua conta bancária para o filho fazer as negociações. Só que as investigações da PF mostram uma atuação bem maior no caso das joias do que a admitida por Cezar Bittencourt.
Créditos: G1.