O coronel Jorge Eduardo Naime (foto), que comandava o Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal durante os atos de 8 de janeiro, é suspeito de usar a estrutura da corporação para transportar R$ 1 milhão em espécie de São Paulo para Brasília.
De acordo com denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da União, o militar promoveu “escolta no transporte de valores, bem como elementos da provável origem espúria dos recursos, além de potencial lavagem de dinheiro”.
O caso ocorreu em 12 de junho de 2021 e foi descoberto durante as investigações da PGR sobre a omissão da PMDF nos atos de vandalismo em Brasília. O esquema não está relacionado com os ataques às sedes dos Três Poderes.
Naime, segundo a denúncia, mantinha “relações econômicas aparentemente ilícitas com um indivíduo identificado como Sérgio Assis”.
“Há indícios de que Naime tenha se utilizado da estrutura da Polícia Militar do Distrito Federal para promover ‘escolta’ no transporte de valores, bem como elementos da provável origem espúria dos recursos, além de potencial lavagem de dinheiro”, diz a denúncia.
O transporte do dinheiro em espécie, segundo a PGR, foi feito “sem declaração correspondente e de forma não oficial”. O objetivo seria burlar mecanismos de monitoramento antilavagem.
Naime está preso desde fevereiro por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por suspeita de omissão ou conivência dos atos. Em junho, o militar, já exonerado do seu cargo, prestou depoimento à CPMI do 8 de janeiro.
Fonte: O Antagonista.