O Brasil identificou o primeiro caso da subvariante EG.5 do coronavírus, conhecida como Eris em São Paulo. A Eris se tornou recentemente a variante dominante nos Estados Unidos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou sua existência como “de interesse”, o que quer dizer que ela conta com “vantagens” em comparações a outras mutações do vírus.
O caso ocorreu na capital paulista, com sintomas iniciais no final do mês passado, em um hospital da rede particular. Informações iniciais dão conta que trata-se de um caso de uma mulher de 71 anos sem histórico de viagem. O caso ocorreu no começo do mês.
Hoje mais cedo, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) reconheceu que havia a possibilidade que essa mutação do vírus já estivesse circulando, apesar de ainda não ter sido (naquela altura) devidamente sequenciada no país.
Em nota na noite desta quinta-feira, o Ministério da Saúde confirmou a detecção da linhagem, destacando que a paciente já está curada, “tendo apresentado os primeiros sintomas de febre, tosse, fadiga e dor de cabeça em 30 de julho, sendo que fez a coleta para exame laboratorial em 8 de agosto”.
A pasta disse ainda monitorar e avaliar as informações mais atualizadas sobre a Covid-19 e estar atenta às novas subvariantes. Por enquanto, reforça as recomendações para que as pessoas completem o esquema vacinal com a dose bivalente e que os grupos vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos e gestantes, considerem o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou com aglomerações.
O Ministério ressalta também que aqueles com sintomas gripais devem utilizar a proteção facial e buscar o teste da Covid-19. Em caso positivo, devem seguir as orientações de isolamento para diminuir a transmissão do vírus.
Em casos assim, especialistas ressaltam que se faz fundamental o trabalho de rastrear contatos da paciente inicial e manter o sequenciamento genômico de amostras de pessoas que testarem positivo para Covid-19. Dessa maneira é possível detectar o comportamento daquela subvariante em questão.
A orientação dos pesquisadores é justamente que pessoas com sintomas característicos da Covid-19 procurem o serviço de saúde para realizar testagem.
Por que a subvariante EG.5 não é considerada uma ameaça substancial?
Embora a doença grave em adultos mais velhos e em pessoas com condições subjacentes seja sempre um alerta, assim como a Covid-19 prolongada em qualquer pessoa infectada, os especialistas dizem que a Eris não representa uma ameaça substancial, pelo menos não mais do que qualquer uma das outras principais variantes que circulam atualmente.
— É preocupante o fato de que ela está aumentando (nos EUA), mas não parece ser algo muito diferente do que já vem circulando nos últimos três a quatro meses — disse Andrew Pekosz, professor de Microbiologia Molecular e Imunologia na Escola de Saúde Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins. — Então acho que é isso que ameniza minha preocupação em relação a essa subvariante, neste momento.
Até mesmo a OMS afirmou, por meio de um comunicado, que com base nas evidências disponíveis, “o risco para a saúde pública representado pela EG.5 é avaliado como baixo em nível global”.
O Globo/Com informações do The New York Times