Chefe do Gabinete de Segurança Institucional de Lula à época do 8 de Janeiro, Gonçalves Dias mentiu ao dizer que não tinha ciência do risco de invasão ao Planalto. Dois dias antes das depredações, o próprio general enviou à Agência Brasileira de Inteligência uma mensagem por celular na qual alertava para os atos violentos que estavam por vir. Depois, GDias deixou de se comunicar com a Abin, ignorou 11 alertas e só reapareceu no dia 8.
A mensagem obtida pela coluna foi enviada por GDias ao WhatsApp de Saulo Moura da Cunha, então diretor da Abin, às 8h12 de 6 de janeiro. Havia tempo para evitar o pior. Na ocasião, o então ministro do GSI encaminhou uma circular que havia rodado em grupos.
“Mensagem postada em grupos patriotas. Vamos atuar em 3 frentes. 1ª frente: acampar em frente às distribuidoras nas cidades (não tem combustível, ninguém trabalha). 2ª frente: fechar a entrada dos 3 Poderes em Brasília: Executivo, Legislativo e Judiciário (quem puder ir para Brasília, vá!). 3ª frente: quem estiver em lugares afastados, fiquem nos quartéis!”
O texto prossegue recrutando pessoas armadas a participarem do fechamento do Planalto, do Congresso e do STF. “CACs, vocês foram convocados para darem suporte aos que estão nas refinarias, distribuidoras e em frente aos Três Poderes.”
A mensagem repassada por GDias ao então chefe da Abin fazia referência a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, os CACs. E, dessa forma, sinalizava que o ato do dia 8 de Janeiro poderia ganhar contornos drásticos.
A circular pedia ainda que o texto fosse “encaminhado a pelo menos três grupos ou redes sociais”. O envio do planejamento do ato antidemocrático desmente a versão de GDias, apresentada à CPI do DF, de que não tinha conhecimento do risco de manifestações violentas.
E faz com que o general passe do polo passivo, de mero receptor da mensagem, para o polo ativo.
Metrópoles