Um dia depois de autorizar o aumento de preços de dois combustíveis — de 16,3% no da gasolina e de 25,8% no do óleo diesel, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, criticou a alta em postos do Rio.
Em uma postagem no X (antigo Twitter), Prates compartilhou notícia de jornal que mostra a gasolina comercializada por mais de R$ 6 o litro na quarta-feira 16, dia em que o aumento da Petrobras passou a valer.
Segundo ele, o impacto dos R$ 0,41 de aumentos para as distribuidoras deveria ser de R$ 0,30 para o consumidor. Como o preço médio no Rio era de R$ 5,43, o preço nas bombas não poderia passar de R$ 5,73. Entretanto, esse seria o preço médio, formado por preços inferiores e superiores.
“Estimamos que o impacto do ajuste de ontem para a gasolina na porta das refinarias da Petrobras (de 0,41) é de R$ 0,30 (considerando a mistura compulsória do etanol)”, afirmou. “Considerando a sua aplicação ao preço médio anterior do Rio (R$ 5,43), a nova média deveria ser de R$ 5,73 e jamais passar de R$ 6.”
Prates sugeriu aumento abusivo ao afirmar que é “hora das autoridades competentes fiscalizarem e, se necessário, protegerem o consumidor”.
Depois de represar o preço dos combustíveis por mais de dois meses, ao acabar com a política de paridade de preço de importação, e se regular apenas pela demanda do mercado interno, a Petrobras anunciou aumento de 16,3% no preço da gasolina e de 25,8% no do óleo diesel.
Aumento do diesel e da gasolina visa ao reequilíbrio com o mercado, diz Petrobras
Em nota, a Petrobras informou que, no caso da gasolina, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba. A estatal diz, ainda, que no ano, a variação acumulada do preço de venda do combustível é uma redução de R$ 0,15 por litro.
No caso do diesel, considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel e 12% de biodiesel, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba. No ano, segundo a estatal, houve uma redução de R$ 0,69 por litro do combustível.
A Petrobras também menciona, na nota, o fim da política de paridade de preços com o mercado internacional, que serviu para a redução dos preços da gasolina e do diesel e para reduzir os efeitos da volatilidade dos preços externos.
“Importante esclarecer que a implementação da estratégia comercial, em substituição à política de preços anterior, incorporou parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação. Em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes”, afirmou a Petrobras.
Porém, apesar disso, a alta dos combustíveis é necessária agora, diz a empresa. “No entanto, a consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e por estar a Petrobras no limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares, torna necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, dentro dos parâmetros da estratégia comercial, visando ao reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras”.