Após o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Frederick Wassef vir a público para repudiar as informações divulgadas, nesse domingo (13/8), acerca do suposto envolvimento em venda de joias presenteadas ao Brasil por outros países, a Polícia Federal (PF) encontrou um recibo de compra do relógio Rolex que estaria em seu nome. Seria uma “prova contundente” contra Wassef, acreditam os investigadores. As informações são do jornalista Valdo Cruz, do g1.
A PF vê Wassef como um dos envolvidos na venda de joias e presentes enviados ao Brasil por delegações estrangeiras. A PF investiga o sumiço desses itens presenteados ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) entre 2019 e 2022.
Wassef, segundo a corporação, teria ido aos EUA para ajudar o então ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cesar Cid a resgatar o Rolex Day-Date 18946 vendido ilegalmente por ele. A PF já identificou que Cid apagou a maior parte de suas conversas telefônicas com Wassef, segundo adiantou a coluna do Guilherme Amado, do Metrópoles.
Após reportagens revelarem a ausência das joias no acervo da Presidência da República, Cid começou a se preocupar com a venda do “Kit Ouro Branco”, que consistia no Rolex, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico, todos de ouro branco. Wassef, então, entrou em ação para recuperar o relógio, enquanto Cid foi atrás do resto do kit.
No dia 11 de março, Wassef embarcou em Campinas, no interior de São Paulo, rumo a Fort Lauderdale, na Flórida. A PF afirma que o advogado recuperou o relógio no dia 14 e retornou para o Brasil em 29 de março. Cid, que também viajou aos EUA para recuperar outras joias, encontrou Wassef no dia 2 de abril para reaver o relógio.
O ex-ajudante de ordens regressou para Brasília no mesmo dia e entregou o Rolex para Osmar Crivelatti, tido como braço direito de Cid desde o período em que trabalharam na Presidência. O Rolex foi devolvido com outras joias no dia 4 de abril, em uma agência da Caixa Econômica Federal.
A PF vai chamar Wassef para depor e investigará quem deu o dinheiro para que ele recomprasse o presente dado ao ex-presidente. Além disso, quer saber como ele recebeu os valores: se foi em espécie ou transferência bancária.
Metrópoles