Ex-presidente cita beneficiários do Bolsa Família para dizer que situação “pode piorar”: “Se a economia não rodar, não vai ter quem trabalhar”
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que não dá “pancada” no eleitor do PT (Partido dos Trabalhadores) e, sim, que conversa com ele para mostrar que “nada está tão ruim que não possa piorar”.
“Eu não culpo o eleitor do PT. Eu não dou pancada nele. Converso com ele. A gente conversa para mostrar que tem um ditado que sempre é atual: Nada está tão ruim que não possa piorar”, disse em entrevista exclusiva ao canal Te Atualizei gravada em 1º de agosto e publicada neste domingo (13.ago).
A declaração foi dada enquanto comentava as perspectivas para o cenário da economia brasileira. O ex-presidente usou como exemplo beneficiários do Bolsa Família para reafirmar sua tese de que situação econômica pode piorar.
“Você vê uma pessoa humilde, que vive com muita dificuldade, recebe Bolsa Família, ele acha que nunca pode piorar. Pode”, disse. “Se a economia não rodar não vai ter quem vai trabalhar para gerar impostos para pagar aquele Bolsa Família para essa pessoa”, afirmou.
Assista à fala do presidente (1min56s):
Leia mais da entrevista de Bolsonaro:
Segundo o ex-presidente, é “comum” no mundo político, do vereador ao senador, ele querer melhorar a economia do país “com o dinheiro dos outros”.
“Já chegou a ter uma dúzia de ministros na minha frente pedindo a cabeça do Paulo Guedes (ex-ministro da Economia) por conta disso. A velocidade para se ter mais dinheiro para atender”, afirmou Bolsonaro.
Leia abaixo outras declarações de Bolsonaro ao canal Te Atualizei:
- relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras): “A minha vida toda, da minha família toda, vazando dados do Coaf. Mais uma vez agora. A questão da busca e apreensão na minha casa, o MP foi contrário. [A operação da Polícia Federal] Foi para buscar meu cartão de vacina. Todo mundo sabe que eu não tomei a vacina. Foi para pegar o[meu] telefone”;
- preços dos combustíveis:“Realmente, tem uma bomba-relógio na questão do petróleo. […] A sinalização agora é de que a Petrobras vai ter que reajustar o preço do combustível”;
- eleições nos EUA e na Argentina: “O Trump volta, no meu entender”. […] Estive em uma cidade em São Paulo no mês retrasado e tinha um argentino lá que há 20 anos está no Brasil. E ele falou que vai votar até porque esse (Javier) Milei é meio maluco, igual eu era”;
- gestão da pandemia: “Pandemia é bom você não falar muito porque aí é quase um crime. O que acontece: eu briguei pela autonomia do médico. A doença ninguém conhecia, então, deixa o médico resolver”;
- eleições municipais: “Nós vamos investir nas eleições municipais. Vou participar, se eu estiver em condições físicas, vou participar bastante. E o grande jogo será 26 [2026] […] Vamos ter pelo menos um candidato em cada Estado. E com o número 222. […] A gente vai escolher a dedo essas pessoas”;
- eleições presidenciais: “Eu não sei como vou estar em 26, se vou continuar inelegível ou não. Muita coisa pode acontecer, mas, pode ter certeza, eu inelegível acho que vou trabalhar muito mais que elegível. Vai ter que escolher um nome razoável, bom. Para que assuma e não traia. Quando 1 senador, 2, meia dúzia de (deputados) federais traem, aí, dá para levar. Agora, um presidente tem que assumir e levar a coisa a sério”.