Parlamentares da oposição afirmaram à CNN no sábado (12) que irão apresentar requerimento na CPMI do dia 8 de janeiro que pede a quebra dos sigilos bancários e telemáticos do hacker Walter Delgatti.
O objetivo, segundo deputados e senadores, é identificar alguma movimentação atípica no período em que Delgatti invadiu celulares de autoridades envolvidas na Operação Lava Jato, dando início a investigações sobre a atuação da força-tarefa.
Em junho de 2019, o site “The Intercept Brasil” divulgou mensagens de Sergio Moro e procuradores da Lava Jato que foram vazadas pelo hacker. Segundo Walter Delgatti, ele não recebeu pelas informações divulgadas.
As mensagens sugeririam que Moro e o procurador Deltan Dallagnol combinavam operações. Um mês depois, em julho de 2019, Delgatti foi preso na operação Spoofing, que investigava o caso.
A CPMI já aprovou outro requerimento que pede a quebra de sigilo de Walter Delgatti. A autoria do pedido é da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Mas o pedido da parlamentar se refere a partir se 2019. A oposição quer a quebra de sigilo anterior a 2019 até 2023.
No dia 2 de agosto, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou ter feito pagamentos ao hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti. No entanto, ela afirmou que o contratou para realizar serviços em seu site pessoal.
De acordo com a parlamentar, R$ 3 mil de sua cota para comunicação foram usados para fazer os pagamentos a Delgatti. O restante, que somam R$ 13,5 mil, segundo fontes da Polícia Federal (PF), saiu de seu próprio bolso.
Procurado pela CNN, o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, afirmou que não há necessidade deste pedido. “Parlamentares da oposição não necessitam requerer a quebra de sigilo, pois esta prova já foi produzida na Operação Spoofing”, disse.
A investigação se refere ao vazamento de conversas de autoridades envolvidas na operação Lava Jato, como o procurador Deltan Dallagnol e o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro, em aplicativos de trocas de mensagens. Segundo a defesa de Delgatti, a comissão só precisa “requerer o compartilhamento ao juízo da 10ª Vara Federal de Brasília”.
Fonte: CNN Brasil.