Pelos planos originais da NASA, a humanidade voltaria a colocar os pés na Lua por meio da missão Artemis 3, esperada para acontecer entre o fim de 2025 e meados de 2026. Acontece que esse projeto pode sofrer modificações – e a principal responsável por isso é a SpaceX.
Vamos entender essa história:
- A missão de estreia do novo programa de exploração lunar da NASA foi a Artemis 1, lançada em novembro de 2022, um voo não tripulado que serviu como teste para o megafoguete Space Launch System (SLS) e a cápsula Orion;
- Em abril deste ano, foram revelados os nomes dos astronautas que farão parte do voo Artemis 2, que será a primeira missão tripulada à Lua em mais de 50 anos;
- Durante esse voo, previsto para 2024, a tripulação vai passar 10 dias na órbita lunar estudando o astro, sem, contudo, descer à superfície;
- O ser humano só voltaria a colocar os pés em solo lunar com a missão Artemis 3, prevista para decolar cerca de um a dois anos depois;
- No entanto, para que isso seja possível, certos elementos-chave precisam estar prontos até lá – entre eles, o módulo de pouso Starship, da SpaceX, que parece estar longe de ser concluído.
Explosão de um foguete Starship. Algo parecido aconteceu em abril durante o lançamento do que seria o primeiro teste de voo orbital do foguete, e o episódio pode atrasar os planos de NASA de pousar astronautas na Lua novamente. Crédito: SpaceX.
Como será a volta da humanidade à Lua com o Programa Artemis
O grande retorno da humanidade à Lua desde 1972 será com um pouso no polo sul do satélite natural da Terra, onde o gelo pode ser coletado e convertido em combustível para foguetes.
A partir daí, a NASA planeja uma série de missões de complexidade crescente para estabelecer uma presença humana sustentável, com o intuito principal de desenvolver e testar tecnologias para uma eventual viagem a Marte.
A SpaceX, de Elon Musk, foi contratada pela agência para desenvolver um módulo de pouso baseado no superfoguete Starship, que ainda vai levar um longo tempo para ser concluído, após finalizadas as revisões necessárias desde que o voo orbital de teste do veículo terminou com uma forte explosão, em abril.
Se isso não estiver pronto a tempo, “é possível que acabemos voando em uma missão diferente”, disse Jim Free, administrador associado da NASA na Direção de Missões de Desenvolvimento de Sistemas de Exploração da agência, em uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira (8).
Isso pode significar que, ou o escopo da missão Artemis 3 será alterado, excluindo o pouso, ou esse voo se mantém conforme o planejado, mas muito mais tarde do que o cronograma prevê.
Olhar Digital