Ex-diretor da PRF passará a noite isolado em uma cela na Superintendência da PF em Brasília
Ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques na CPMI do 8/1 Reprodução TV Senado
Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dormirá em uma cela de 5×3 metros na Superintendência daPolícia Federal (PF) do Distrito Federal. Vasques foi preso nesta quarta-feira (9) por suspeita de interferência nas eleições presidenciais do ano passado.
A cela tem um beliche, com duas camas de concreto com um colchão do tipo hospitalar, e uma mureta que divide a cama do local, onde há espaço para tomar banho e fazer necessidades fisiológicas. Há um chuveiro em cima do vaso, que é embutido no chão.
Silvinei terá direito a jantar — com arroz, feijão, proteína e salada. Pela manhã, terá café, leite, pão e uma fruta. O cardápio do almoço é o mesmo do jantar, com mudança na proteína.
No início da tarde desta quarta-feira, o superintendente da PF no Distrito Federal, Cezar Luiz Busto, fez uma vistoria na cela para checar se estava tudo correto para receber o ex-diretor da PRF.
A cela é a mesma em que já passaram a noite Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, antes de serem transferidos a presídios.
A prisão de Silvinei Vasques
Silvinei Vasques foi preso na madrugada desta quarta pela Polícia Federal em Santa Catarina, na investigação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022. O policial comandava a corporação à época.
Vasques foi transferido em um avião da PF na hora do almoço e desembarcou em Brasília por volta de 17h.
A prisão do ex-diretor-geral ocorreu no âmbito da Operação Constituição Cidadã, que também cumpriu 10 mandados de busca contra ex-diretores e o ex-corregedor da PRF, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.
A operação também contou com o apoio da Corregedoria-Geral da PRF, que determinou também a oitiva de 47 policiais rodoviários federais, que devem ser realizados de forma simultânea.
Segundo a PF, os fatos investigados na operação “configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”.
Conforme revelou a CNN, a investigação começou após denúncia de um analista de cibercrimes lotado na Inteligência do Ministério da Justiça à PF.
Segundo ele, em depoimento, achou “estranho” o pedido para produzir o boletim de inteligência com as cidades onde haveria mais votos entre Lula e Bolsonaro, o que teria acarretado em blitze no segundo turno, principalmente em cidades do Nordeste.