O Conselho de Ética decidiu arquivar o processo de cassação contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP). Foram 15 votos pelo arquivamento e quatro pela perda do mandato. A decisão aconteceu depois de uma reviravolta com o relator do caso, João Leão (PP-BA), que mudou de posição na última hora.
Na semana passada, o relator leu seu parecer pedindo a cassação de Zambelli. Não houve votação porque ocorreu um pedido de vista.
Hoje, ele mudou de opinião e disse que não poderia recomendar a perda de mandato. A situação surpreendeu os integrantes do Conselho de Ética.
João Leão justificou que não havia provas conclusivas contra Zambelli e que uma pessoa não pode ser punida sem haver certeza de culpa.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) declarou que os integrantes do Conselho de Ética ficaram “sem chão” com a mudança de posição do relator.
Depois de o relator mudar de opinião, Zambelli tomou a palavra e afirmou que no começo do ano estava com os ânimos exaltados e que agora está com uma atitude mais serena.
Ela admitiu que proferiu um palavrão, mas que ele não foi contra nenhum deputado.
O relator chegou a orientar a deputada, que foi lembrada por ele de ressaltar que havia pedido desculpas.
Ela distribuiu abraços de agradecimentos na saída da sala. Do lado de fora, se recusou a falar com a imprensa e só mencionou que “agradece a Deus”.
Zambelli foi acusada de mandar o deputado Duarte Jr (PSB-MA) “tomar no c*” durante reunião da Comissão de Segurança Pública em 11 de abril.
A sessão onde teria ocorrido o xingamento foi bastante tumultuada e descambou para gritaria e com o convidado, o ministro Flávio Dino (PSB), deixando o local.
O suposto xingamento teria ocorrido em meio a discussão generalizada e o PSB, partido de Duarte Jr, apresentou a denúncia contra a deputada.