Nenhum analista de petróleo hoje é capaz de arriscar quando ou quanto os preços da gasolina e do diesel devem subir no Brasil, mesmo dispondo de variáveis como cotação do petróleo no mercado externo e relação entre real e dólar. O motivo é simples. Desde maio, quando a paridade internacional foi abandonada, as decisões deixaram de ser técnicas e passaram a ser políticas.
Os recentes movimentos da empresa comprovam isso. Quando o petróleo estava em queda, a estatal cortou três vezes o preço da gasolina, uma redução de 18%. A decisão favorecia o governo, porque ajudava a conter a inflação e criar o clima para o Banco Central baixar os juros. Agora que o barril de petróleo se aproxima dos US$ 90, a defasagem está em 20%.
Ao ser questionado sobre o assunto, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, respondeu que a estatal “não está perdendo dinheiro” e que “é normal não repassar volatilidade”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, engrossou o coro e disse que “um dos compromissos deste governo é não se deixar levar pela volatilidade de curto prazo”.
Em 11 de setembro de 2012, a ex-presidente da Petrobras Graça Foster dava a mesma justificativa para não reajustar os combustíveis em uma audiência na Câmara. “Não faz sentido passar a volatilidade dos preços para nossos consumidores. A nós, que investimos de forma sistemática em vários segmentos da cadeia de petróleo e gás, interessa a estabilidade do presente e o olhar para o futuro.”
Estadão
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