Mesmo com decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o senador Flávio Bolsonaro pode fazer questionamentos ao ex-ministro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres na CPMI do 8 de janeiro, nesta terça-feira (8).
O ministro proibiu expressamente o contato pessoal e individual de Anderson Torres com os senadores Marcos do Val e Flávio Bolsonaro. “Considerando a evidente conexão dos fatos em apuração e as investigações das quais ambos fazem parte”, justificou Moraes.
“A compreensão da advocacia do Senado é que o senador pode sim usar da palavra para inquirir o depoente”, disse o presidente da CPMI, Arthur Maia.
Torres ficou quatro meses preso por suspeita de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas em Brasília. Ele é investigado por suposta omissão e conivência com os vândalos que causaram depredação nos prédios públicos.
Na casa do ex-ministro, policiais federais encontraram uma espécie de “minuta” para um golpe de Estado. O objetivo era impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já como secretário de Segurança Pública do DF, após deixar o Ministério da Justiça em razão da derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Torres viajou para os EUA na véspera dos ataques.
Ele foi preso no dia 14 de janeiro. No dia 11 de maio, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liberdade provisória com uso de tornozeleira eletrônica.
Valor Econômico