O candidato do PSB ao Senado Federal, deputado Rafael Motta, escolheu como primeiro suplente da sua chapa alguém que coloca abaixo o discurso de candidato diferente e propositivo. O parlamentar escolheu para lhe substituir no Senado o deputado estadual Sousa, cujas complicações com a Justiça são tão grandes que decidiu não se candidatar à reeleição na Assembleia Legislativa.
O anúncio nas redes de Rafael é em tom festivo. “Passando pelo seu feed um trio que está pronto para trabalhar muito pelo povo do RN”, postou ao anunciar Sousa e a segunda suplente, a vice-prefeita de Angicos, Cinara Dantas. Todos são do PSB.
Interceptações da Operação Fura-Fila indicaram uma das formas como Sousa gosta de trabalhar pelo povo do RN: com peculato, falsidade ideológica e corrupção passiva, conforme consta nas últimas decisões no Superior Tribunal de Justiça, onde Sousa tentou, mas não conseguiu, trancar a investigação que corre contra ele no Ministério Público do RN. A informação é do Blog do BG.
O esquema criminoso que rendeu busca, apreensão, bloqueio de bens e prisão em 2021 revelou que funcionários da prefeitura de Parnamirim, com participação do vereador Diogo Rodrigues e agentes públicos de outras cidades, fraudavam o sistema de regulação do SUS para incluir pessoas indicadas pelo deputado Sousa Neto.
Diogo chegou a ser preso e afastado do mandato e reassumiu suas funções indo trabalhar com tornozeleira eletrônica. A Câmara de Parnamirim abriu processo de cassação, mas salvou o parlamentar, apesar das abundantes provas.
Á época do escândalo, Sousa afirmou que seu gabinete, como de vários deputados, sempre foi buscado por pessoas carentes que pediam ajuda com demandas de saúde.
O que a investigação revelou, no entanto, é que o deputado teria cometido crimes a partir dos pedidos das pessoas carentes, pagando para que um servidor cooptado pelo esquema burlasse as demandas de exames e cirurgias para privilegiar as indicações feitas pelo grupo do deputado.
‘Aposentadoria’
O impacto que o caso gerou na vida política de Sousa foi tão grande que ele desistiu de disputar a reeleição de deputado estadual na Assembleia Legislativa quando viu a investigação tomar contornos dramáticos – se somando ainda às de improbidade pelo período em que ele administrou a prefeitura de Areia Branca.
Inesperadamente, no entanto, o parlamentar topou ser o suplente de Rafael Motta, mesmo com histórico tão controverso.