Sob pressão após a Operação 3FA, com buscas em quatro de seus endereços ontem, quarta (2), a deputada Carla Zambelli (PL; foto) conseguiu pelo menos um apoio relevante dentro de seu partido.
Trata-se do senador Flávio Bolsonaro (PL).
O 01 declarou que a associação entre Zambelli e o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, preso na operação, é uma tentativa de atingir Jair Bolsonaro (PL).
“É uma tentativa desenfreada e tresloucada de atingir Bolsonaro, achar algo de concreto que envolva Bolsonaro, o que não vai acontecer, porque não existe”, disse o senador à Folha de S. Paulo.
“Ela está sendo mais uma vítima disso no meu ponto de vista”, acrescentou.
Flávio repete o discurso de Zambelli em sua coletiva de imprensa ontem.
Segundo a deputada, “estão tentando envolver o Bolsonaro através de mim”.
Ela é suspeita de ter pedido ao hacker que tentasse fraudar as urnas e invadir o email do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O pedido teria ocorrido em setembro de 2022, durante encontro na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.
O hacker não conseguiu cumprir nenhuma das missões. Ele apenas falsificou um mandado de prisão contra Moraes no sistema do CNJ, motivo para a operação desta quarta.
Moraes autorizou a operação com base em evidências de pagamentos feitos pelo gabinete de Zambelli ao próprio Delgatti.
A ausência de figuras importantes do PL na coletiva de Zambelli indica que o partido realmente não deva fazer nenhum esforço para protegê-la de uma eventual cassação de mandato, como informou o G1 pela manhã.
Além do medo de uma eventual delação de Delgatti, o PL considera que a deputada perdeu crédito ao longo do ano passado, em especial com a perseguição a mão armada a um crítico na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.
Ela é alvo de inquérito no STF pela perseguição. O julgamento que pode torná-la ré no caso está marcado para o plenário virtual entre 11 e 21 de agosto.
O Antagonista