A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação do deputado Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão (PL-SC), por declarações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com supostos discursos de ódio e ameaças.
A representação foi levada ao Supremo pelo líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu, na última terça-feira (25).
O despacho da ministra é de praxe. Quando o STF é notificado do possível cometimento de crimes, a Corte encaminha o caso à PGR, para avaliar se cabe alguma apuração.
No pedido, Zeca Dirceu disse que Zé Trovão ameaçou a vida e fez apologia à morte de Lula, em manifestações em vídeo publicado em 21 de julho em seus perfis nas redes sociais. O líder do PT acusa o deputado dos supostos crimes de ameaça, incitação ao crime, apologia de crime de violência arbitrária.
O petista transcreveu trechos das falas de Zé Trovão. Em uma das manifestações, o deputado teria dito:
“Ô, Lula, seu bandido, seu ladrão! Você é um bandido, um ladrão! ‘Descondenado’, que a Justiça nesse Brasil, que não vale nada, te deu salvo-conduto pra você sentar numa cadeira presidencial hoje. Bandido bom é bandido na cadeia ou no caixão”.
Em outra parte, Zé Trovão teria afirmado que os “tempos” de Lula “estão no fim”.
“Mas seus tempos estão no fim, Lula, e nós vamos te arrancar dessa cadeira e vamos te devolver pra cela que você nunca deveria ter saído. Você tem que passar o resto da sua vida preso, não só você, você e todos que te acompanham, porque bandido, bandido bom é na cadeia ou é morto. Fica aqui meu recado e meu repúdio contra essa fala desse porco nojento”.
Zeca Dirceu disse que as falas representam “evidente ameaça, incitação e apologia à morte do Chefe do Executivo”.
“Em flagrante violência arbitrária, certamente confiante no cargo parlamentar que exerce, normaliza um discurso de ódio, em apologia à morte de pessoas”, declarou.
A CNN entrou em contato com a defesa de Zé Trovão, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
CNN Brasil