A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) apresentou um requerimento ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), contra o inquérito que investiga os discursos pró-armas da manifestação de 9 de julho, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Trata-se de uma resposta ao ministro da Justiça, Flávio Dino. Ele afirmou, um dia depois do ato armamentista, que determinou à Polícia Federal uma análise dos discursos proferidos na manifestação. O objetivo seria “identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos”.
No documento, endereçado a Lira, a parlamentar alega que os congressistas “são dotados da imunidade parlamentar”. Ela qualifica as declarações de Dino como “mordaça” e diz que “apenas em ditaduras ou regimes de exceção um parlamentar sofre cerceamento na sua liberdade de expressão”.
“Seria desnecessário mencionar, não fosse o hodierno e esdrúxulo contexto de ‘mordaças’ a ameaçar o livre exercício de mandatos parlamentares, que o congressista, na condição de mandatário popular, necessita de ampla liberdade de expressão para defender os direitos e interesses dos cidadãos que representa”, diz a deputada.
A manifestação foi organizada pelo Movimento Pró-Armas, que defende o direito do acesso a armas de fogo e reuniu apoiadores e parlamentares, como os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Marcos Pollon (PL-MS), fundadores do grupo.
Recado no Twitter
Em publicação no Twitter, na quinta-feira 27, a deputada divulgou um vídeo de apoio e reconhecimento ao tiro esportivo sob o olhar feminino. Nas imagens, algumas mulheres se apresentam como mães, empresárias, atletas e detalham a burocracia que enfrentaram até poder exercer a modalidade.
“É lamentável que tenhamos agora no poder um desgoverno federal comandando por um presidente e por ministros ineptos que, tomados por ódio, rancor, revanchismo e desejo de vingança, agora avançam contra nossos direitos”, disse a parlamentar. “Mas saibam que não iremos desistir!”