O Exército brasileiro segue em busca de parceiros para estabelecer negócios com diferentes países no fortalecimento da indústria bélica nacional. A mais recente estratégia da força terrestre é se aproximar dos chineses.
O Escritório de Projetos Especiais do Exército discute uma parceria com a China para produzir equipamentos bélicos no país. A informação foi publicada pela revista Veja, no domingo 23.
A Força quer priorizar a tecnologia no desenvolvimento bélico. No entanto, há prioridades para o Exército brasileiro. Entre eles estão mísseis antiaéreos, artilharia sobre rodas, sistemas de radiocomunicação definidos por software, aeronaves remotamente pilotadas, radares tridimensionais e tanques de guerra sobre lagarta — esteira que se acopla às rodas com a finalidade de aumentar a aderência ao solo.
Exército quer drones ‘camicases’
O Exército brasileiro está interessado em comprar drones “camicases” idênticos aos utilizados na guerra da Ucrânia. A Comissão do Exército em Washington (CEBW) deu o primeiro passo para a aquisição do equipamento. O órgão publicou requerimento para receber cotações de preços de fabricantes interessados no negócio.
A consulta a fornecedores abrange tanto buscas pelo produto no mercado nacional quanto no exterior. Na mira do Exército, estão dois tipos de drones: com “munição vagante” ou munição remotamente pilotada.
“Após o recebimento das cotações, ocorrerá a finalização do Estudo Técnico Preliminar, que determinará a viabilidade ou não da aquisição”, informou o Exército ao jornal Estado de S. Paulo. “Caso a aquisição seja viável, será possível apontar como se dará a efetivação da compra, conforme a legislação em vigor.”
A Força Terrestre ainda não tem previsão sobre quanto deve gastar nessa primeira fase da aquisição dos drones camicases.
Os drones
São dois os tipos de drones camicases pretendidos pelo Exército.
O primeiro de curto alcance, com capacidade para atingir alvos localizados a até 10 quilômetros de distância do operador da munição. A Força Terrestre quer 14 desses drones, com uma central de controle e lançamento.
O segundo prevê a compra de seis munições vagantes capazes de destruir objetos a pelo menos 40 quilômetros com cargas de alto explosivo para objetivos múltiplos e contra blindados e tanques.
Os drones camicases com suas ogivas explosivas são parte de um sistema de munições remotamente pilotadas.
Ao contrário de mísseis e foguetes, as munições “vagantes” têm capacidade de permanecer em voo durante um período à procura de alvos compensatórios.
Revista Oeste