A jornalista ítalo-brasileira Karina Michelin está acompanhando de perto os desdobramentos do caso que envolveria ofensas e agressões entre brasileiros e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e a família dele, na área de embarque do aeroporto de Roma, neste final de semana.
Foram duas postagens na web. Na primeira, ela esclarece como funciona a lei italiana para pedidos de imagens e a respectiva liberação.
“As imagens do ocorrido só podem ser liberadas através de uma denúncia – denúncia essa depositada na polícia italiana, o que parece não resultar até o momento. Se o ministro Alexandre de Moraes, registrou uma denúncia em território italiano, ele pode entrar com um processo requerendo as imagens, para serem analisadas pelos órgãos competentes.
Por outro lado, se o Ministro não quis fazer a denúncia em território italiano, por qualquer motivo, a denúncia que foi depositada no Brasil deve ser transcrita e enviada com todos os requisitos necessários à policia italiana, isso requer tempo, e provavelmente até lá as imagens correm risco de já terem sido canceladas. Como estamos falando de um dos aeroportos mais frequentados do mundo, as imagens de segurança têm um prazo de validade, não se sabe ao certo de quanto em quanto tempo essas imagens são canceladas.
Esse não é um caso para que o aeroporto resolva, mas sim de competência da polícia. Se a policia italiana não tiver uma denúncia da parte de Moraes ou da parte dos supostos agressores nada de concreto pode ser feito.
Vale ressaltar que as imagens não são liberadas para uso público, e sim somente para que órgãos competentes avaliem e cheguem aos fatos, que foram depostos através de uma denúncia que resultou em processo”, diz Karina.
Questionada por um seguidor, ela explica que a denúncia com respectivo pedido de liberação de imagens podem ser feitos também pela família de Roberto Mantovani Filho, que hoje vem sendo apontada pela mídia como agressora.
Na postagem seguinte Michelin analisa uma notícia publicada pela Folha de São Paulo e alerta sobre o prazo para que as imagens sejam solicitadas, dando a entender que a demora pode representar interesse de ‘uma das partes’ para que o registro se perca para sempre:
“Essa é uma notícia tendenciosa. O título não condiz com a realidade. No segundo parágrafo, José Marques, jornalista da Folha escreve: ” Ainda não houve, no entanto, formalização do pedido de acesso a essas imagens…” Ou seja, se o pedido não conter os requisitos básicos e pertinentes para a policia italiana, como descrevi no post anterior – ninguém pode preservar essas imagens. Esse é o ponto grave”.
Vale lembrar que, nesta terça-feira (18), Roberto Mantovani e sua esposa, Andréa Mantovani, prestaram depoimento à Polícia Federal, onde poderam dar mais detalhes sobre os fatos previamente relatados em uma nota oficial, na qual pedem desculpas, mas alegam que houve um mal-entendido, ao mesmo tempo que dão a entender que apenas reagiram a uma outra agressão.
Essa versão, aliás, foi a apresentada pelo genro deles que também estava no aeroporto no momento da confusão, Alex Zanatta Bignotto, em depoimento já colhido pela PF.