O calor terapêutico pode ser aplicado de diferentes formas, como a mais famosa e simples, através da aplicação de uma bolsa de água quente que toda casa de avó tinha ou tem.
Mas além dela, há outros recursos que podem atingir tecidos superficiais, como a lâmpada infravermelha e os mais profundos, como os equipamentos usados pelos fisioterapeutas durante suas consultas.
Assim como o gelo, o calor é bastante recomendado para o alívio de dores e talvez, seja mais aceito e tolerado pelo conforto que traz. Contudo, vale reforçar que o calor promove efeitos fisiológicos totalmente diferentes aos do gelo, sendo mais indicado para alívio de dores crônicas, tensões e contraturas musculares, cólicas menstruais e de dores de cabeça que são de causa tensional, por exemplo.
Além disso, o aumento de temperatura também tem sido muito explorado por levar a uma maior elasticidade em tendões e músculos. Isso explica o porquê também de tanta gente acreditar que é extremamente alongada nas aulas de Hot Yoga, que estão super na moda por aí também.
Enfim, seu uso na prática clínica é vasto e segundo a fisioterapeuta ortopédica, Dra. Ana Clara Desiderio, os principais efeitos da aplicação de calor são o aumento do metabolismo local pelo maior fluxo sanguíneo, drenagem de toxina e a recuperação do corpo.
“Na nossa experiência, o calor é melhor aceito pelos pacientes, pela sensação de relaxamento e ativação de áreas no cérebro que podem proporcionar alívio da dor. Sendo inclusive, super-recomendado para gestantes, por seu conforto na lombar durante a gestação e, até mesmo, durante o trabalho de parto.”
Os cuidados em relação ao uso do calor envolvem a mesma atenção do uso de qualquer outro recurso térmico. Muita atenção para a temperatura da água ou da bolsa para prevenir queimaduras na sua pele! Redobre a atenção ao utilizar em idosos e crianças, pessoas com dificuldade de comunicação ou déficit cognitivo, devido à fragilidade da pele ou à falta de feedback sobre a tolerância ao uso das compressas.
Evite utilizar em caso de infecções, febre ou traumas agudos. A recomendação para utilização é a de proteger a pele com uma fronha ou toalha fina e manter por 20 minutos.
Quando deve ser utilizado o contraste?
Esse é menos conhecido, mas houve um aumento de pacientes perguntando se deveriam fazê-lo, e ao que tudo parece, se tornou uma dúvida recorrente se seu efeito é superior em relação ao gelo ou ao calor.
A terapia de contraste é a soma dos dois recursos térmicos alternados (gelo e calor). O tempo e a forma de aplicação variam muito e ainda hoje há poucos estudos na literatura sobre essa técnica. Pode ser considerada como uma alternativa na forma de utilização do calor ou frio, levando a efeitos no alívio da dor e inchaço, por exemplo.
E embora seja uma opção, não há evidências que justifiquem indicar amplamente esse tipo de técnica. Há algumas evidências de benefícios em pacientes com artrose em relação à dor tanto com o gelo quanto com o calor.
Uma sugestão que sempre trago aos pacientes é experimentar ambos os métodos e utilizar o que traz mais conforto, isto é, o que faz mais sentido na resposta do corpo ao estímulo.
Então, na dúvida, opte por simplificar a forma de se cuidar e invista no método que trouxer o melhor resultado para seu corpo. Vale lembrar que, em relação aos cuidados, os mesmos já foram mencionados para os dois recursos. Cuidados devem ser considerados em casos de neuropatias e alterações de sensibilidade que podem mascarar a tolerância à temperatura e levar a lesões.
Resumo das indicações gerais para te guiar com o gelo X calor
Gelo. Lesões agudas, como batidas, entorses, pós operatórios, estiramentos ou lesões musculares (principalmente nas primeiras 48h), tendinites, bursites, sinovites.
Calor. Dores crônicas, tensões e contraturas musculares, cólicas menstruais e dores de cabeça tensionais.
Lembre-se que a utilização das bolsas térmicas são um recurso para auxiliar no controle da dor, mas não substituem um tratamento da causa de qualquer tipo de dor. Procure por orientação médica e específica para se cuidar de forma eficaz e segura.
Créditos: ISTOÉ.