Dando sequência a onda de pedidos de demissão de oficiais das Forças Armadas observada pela Revista Sociedade Militar nos últimos meses, agora, em junho, 16 oficiais das Forças Armadas, incluindo um Major do Exército, pediram demissão. Abrindo mão de salários que podem ultrapassar os R$ 15.000,00 em alguns estágios da carreira.
Este é o mais recente episódio de uma tendência de demissões entre os oficiais do Exército, Marinha e da Aeronáutica, que tem gerado muitas reações e questionamentos na internet.
Ex-oficial denuncia tratamento desigual
As razões para essa onda de demissões são variadas, mas a insatisfação com as condições de trabalho e a falta de perspectivas de carreira são citadas como as principais causas. Um ex-oficial do Exército denunciou um tratamento desigual e discriminação contra profissionais que não foram formados na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), o que tem levado muitos oficiais a pedirem demissão.
O ex-oficial, que preferiu permanecer anônimo, revelou que os oficiais que não foram formados na AMAN são frequentemente preteridos em promoções e oportunidades de desenvolvimento de carreira. Ele alega que essa discriminação é tão arraigada que muitos oficiais que não são da AMAN sentem que não têm outra escolha a não ser pedir demissão.
Além disso, o ex-oficial também destacou a falta de apoio e recursos para os militares. Ele mencionou que muitos oficiais estão descontentes com a falta de investimento em equipamentos e treinamento, o que dificulta a realização de suas funções de maneira eficaz. Esses fatores, juntamente com a insatisfação com as condições de trabalho, estão contribuindo para a crescente onda de demissões nas Forças Armadas.
Internet Reage
A reação da internet à onda de demissões nas Forças Armadas tem sido de choque e indignação. Os leitores da Revista Sociedade Militar expressaram suas preocupações e frustrações com a situação atual. Um comentário destacou que o nepotismo e a adulação de superiores estariam destruindo a meritocracia dentro das Forças Armadas, provocando um consequente desmonte.
Outro leitor, um militar da reserva do Exército, expressou seu descontentamento com a situação atual: “Em minha opinião, como cidadão e S Ten R1: o povo tem que demonstrar o seu descontentamento! A culpa de tudo o que está ocorrendo é dos Oficiais Generais, Almirante e Brigadeiros. Os oficiais sempre pularam do barco e o barco fica a Comando dos S Ten e Sgt, sempre foi assim!”.
A maioria dos comentários mostrou-se chocada com o fato de que os militares que têm solicitado demissão do serviço ativo são, em sua maioria, jovens. Teoricamente, oficiais e praças mais jovens têm perspectivas melhores de carreira dentro das Forças Armadas e seu descontentamento com a carreira seria um sinal grave de alerta. Um leitor perguntou: “Será que agora cai a ficha da necessidade de um repensar a instituição como um todo: código de ética, formação, mecanismos de controle desses abusos, estrutura da carreira, remuneração?”
Outro comentário de um militar reformado questionou: “Eu me reformei aos 32 anos de serviço e para não ficar parado fiz concurso público e me tornei professor de uma prefeitura. Lá minha hora de trabalho vale mais que o dobro da que eu recebo no Exército Brasileiro como subtenente (com todos os aditivos que os 32 anos poderiam me dar). Para que um jovem que começa a carreira como sargento ganhando um pouco mais de 3 mil reais vai querer ficar nas Forças Armadas e quando sair ganhar pouco mais que o dobro disso?”
Essas reações mostram que a situação é complexa e que há uma necessidade urgente de abordar as questões que estão levando a essa fuga do militarismo.
Revista Sociedade Militar