Deputada do Psol causou tumulto na sessão do colegiado na manhã desta quarta-feira, 12
Por intermédio dos deputados federais Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), presidente e relator da CPI do MST, respectivamente, o colegiado vai denunciar a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) para a Corregedoria da Câmara por quebra de decoro parlamentar.
Na manhã desta quarta-feira, 12, Sâmia interrompeu a fala do deputado federal General Girão (PL-RN) ao citar um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) em que ele é investigado. Trata-se de uma investigação aberta na semana passada a mando do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Na ocasião, a Polícia Federal entendeu que Girão incitou antecipadamente os atos de depredação que aconteceram na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro.
“Como anda o seu inquérito por estar nos atos do 8 de janeiro?”, questionou Sâmia. “O senhor é quem deveria estar no banco dos réus, pois terrorista e invasor é o senhor que precisa prestar contas ao Alexandre de Moraes. O senhor não deveria estar nessa CPI investigando trabalhador.”
Confira o momento do bate-boca:
Nesse momento, Zucco pediu à parlamentar que respeitasse o tempo de fala de Girão. O deputado então tentou retomar o raciocínio, mas Sâmia continuou falando. “Respeite o Parlamento, deputada”, continuou o presidente da CPI do MST. A deputada respondeu que não respeitaria “golpista e fascista”.
Em seguida, Salles solicitou à secretaria mesa do colegiado as notas taquigráficas da sessão em que constam os trechos de interrupção de Sâmia. “Os membros dessa comissão, em conjunto, vão representar a atitude dessa deputada”, disse o relator. “Todas às vezes em que ela fala nessa CPI, tenta se vitimizar, dizendo que é interrompida, mas quem sempre interrompe é ela.”
Antes de conseguir retomar sua fala, Girão destacou que a atitude da deputada deveria ser impedida pela Polícia Legislativa. “O senhor presidente deveria solicitar à Polícia Legislativa que retirasse a deputada desta sala”, disse.
Ainda assim, Sâmia continuou falando durante a sessão: “Terrorista e bandido, não respeito”, declarou. A Oeste, Sâmia disse que vai entrar com uma representação no Conselho de Ética contra Zucco e Salles por “violência política de gênero”.
“Tenho um levantamento feito pelo meu mandato e pelo Ministério Público Federal sobre todas as interrupções, ofensas e xingamentos que eu e outras parlamentares membros da CPI sofremos”, explicou a deputada.
“Não me surpreende que eles tentam me enquadrar, tendo em vista que tentam fazer isso desde o primeiro dia da CPI”, continuou. “Em nenhum momento em que fui ofendida, interrompida e humilhada, o presidente ou o relator saíram em minha defesa. Ao contrário, eles eram os principais agentes dessas ações.”
A Câmara dos Deputados possui duas instâncias para investigar denúncias contra deputados: a Corregedoria Parlamentar e o Conselho de Ética. Na corregedoria, o deputado acusado ainda não está sendo processado. Apenas quando o caso chega ao Conselho de Ética, o colegiado instaura e instrui os processos disciplinares referentes a denúncias.