O ministro da Defesa de Lula, José Múcio Monteiro, defendeu o uso da farda pelo tenente-coronel Mauro Cid (foto), durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro, nesta terça-feira (11).
Em entrevista para a Folha de S. Paulo, Múcio destacou que outros militares poderão ir fardados a depoimentos da CPMI.
“Não tem o menor problema. Ele é oficial. Ele tem o direito de usar farda“, disse Múcio.
O presidente da comissão discorda. “Acho que foi errado. Eu acho que foi ruim para a imagem do Exército. Eu sou um entusiasta e uma pessoa que tem muita admiração pelo Exército, tenho falado isso repetidamente durante a CPMI. E acho que era melhor ter separado as coisas”, disse Arthur Maia (União-BA) em entrevista para O Globo.
Na entrevista à Folha, o ministro de Lula também livrou o Exército de culpa nos atos e comparou a atitude de alguns militares a uma partida de futebol: “Ali havia duas facções do Exército convivendo naquele acampamento. Mas às Forças Armadas não interessava golpe. Em um jogo de futebol, um jogador comete uma indisciplina, você põe para fora do jogo ele. O time continua”. Ele ainda ressaltou que havia os “legalistas” e os “indignados”.
Mauro Cid não respondeu a nenhuma pergunta durante o depoimento de ontem, graças a um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe deu o direito de permanecer calado.
Créditos: O Antagonista.