Há cerca de um ano e meio, a Kia começou o processo de reestruturação da marca no Brasil e iniciou uma nova fase voltada para a eletrificação. Antes de renovar modelos que fizeram sucesso no final dos anos 2000 e princípio dos anos 2010 por aqui, como Sportage e Sorento, a fabricante sul-coreana escolheu o Stonic para estrear esse momento.
O SUV compacto é o híbrido de menor preço do mercado: custa R$ 139.990. Curiosamente, esse nem é seu grande chamariz, mas sim o quanto um carro aparentemente moderninho e simpático surpreende ao volante.
Para isso, o modelo utiliza um sistema híbrido leve, formado pelo 1.0 turbo de três cilindros a gasolina, que entrega 118 cv e 17,1 kgfm, associado a um pequeno motor que funciona como gerador para carregar a bateria auxiliar. No total, são 120 cv e 20,4 kgfm — números parecidos com os do 1.0 turbo que equipa o Volkswagen Nivus, por exemplo. O câmbio é automático de dupla embreagem e sete marchas.
Foto: Renato Durães.
O pequeno motor ajuda a diminuir o consumo ao auxiliar a unidade a combustão nas partidas e retomadas. O combustível também é poupado em altas velocidades, quando o propulsor para de funcionar rapidamente.
A unidade elétrica é alimentada por uma bateria de 48V alojada no local onde ficaria o estepe (substituído por um kit reparo). Essa bateria é recarregada por meio da energia cinética absorvida nas frenagens.
Quando se fala em consumo, o Kia roda cerca de 13,7 km/l na cidade e 13,8 km/l na estrada, segundo o Inmetro. O número está longe de ser surpreendente. SUVs compactos automáticos, como o Fiat Pulse e o Nivus, rodam 12,1 km/l na cidade e pouco mais de 14 km/l na estrada com gasolina.
Foto: Renato Durães.
Como o pequeno motor elétrico só dá uma forcinha para a unidade a combustão, os momentos nos quais atua não ficam evidentes ao dirigir. A união dos dois propulsores é ótima nas arrancadas e nas retomadas, o que torna o Stonic um carro ágil para rodar na cidade e rápido na estrada. Outro ponto acertado do Kia é a suspensão, um pouco mais firme em relação à do Hyundai HB20 — com o qual compartilha boa parte da mecânica —, porém eficiente para absorver as irregularidades do solo e garantir viagens sem chacoalhões para os ocupantes.
Apesar de o carro ser compacto, o entre-eixos de 2,58 metros permite que duas pessoas se acomodem com conforto na segunda fileira. No entanto, há somente uma entrada USB atrás.
Aliás, a lista de equipamentos do Stonic é sucinta e perde para a de alguns concorrentes. O SUV vem com seis airbags, controles de tração e de estabilidade, central multimídia de oito polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, ar-condicionado automático, chave presencial com partida por botão, piloto automático, câmera de ré, assistente de partida em rampa, bancos de couro, rodas de liga leve de 17″ e freios a disco nas quatro rodas.
Admito que senti falta de ajustes eletrônicos no banco do motorista, além de faróis full LED, assistente de ponto cego e frenagem autônoma de emergência. Infelizmente, esse é o peso de ser o híbrido de menor preço do — anômalo — mercado de carros novos atualmente.
Fonte: Auto Esporte.