Seis meses após o fim do governo Bolsonaro, em que foi secretária especial da Cultura por dois meses e meio, a atriz Regina Duarte segue manifestando defesa convicta do ex-presidente. Ao longo do caminho, outros ex-ministros e ex-secretários não mantiveram apoio tão leal.
Nos últimos dias, ela fez publicações criticando “traidores” do ex-chefe e atacando desafetos na esquerda. Mas as manifestações de apoio a Bolsonaro são frequentes e antigas.
No sábado, ela compartilhou uma lista com os nomes dos 20 deputados do PL, partido de Bolsonaro, que votaram a favor da Reforma Tributária apesar da oposição da maioria da bancada e também do ex-presidente. Outros 75 ficaram contra o projeto.
No fim de junho, ela disparou a artilharia contra uma série de personalidades, como o youtuber Felipe Neto, as cantoras Anitta e Ivete Sangalo, o ator Bruno Gagliasso, o ditador venezuelano Nicolás Maduro e até mesmo a colunista do GLOBO, Miriam Leitão.
“Nem a manipulação barata/relâmpago pra redução sintética no preço dos automóveis ZERO sem mexer nos impostos exorbitantes, ajudou. Brasil segue colhendo as consequências de um governo trágico”, escreveu ela.
Em suas redes sociais, as publicações políticas são constantes entre as fotos com amigos e colegas e outras relembrando sua carreira na TV. Entre as mais beligerantes estão a defesa do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o MST, deboche com vacinas e urnas eletrônicas — frequentes alvos de desinformação de Bolsonaro — e críticas à primeira-dama Janja da Silva.
Regina teve passagem relâmpago pelo governo Bolsonaro, de março a maio de 2020. Depois de demiti-la, o então presidente prometeu um convite para comandar a Cinemateca, o que nunca se efetivou. Sua atuação à direita do espectro político é longevo. Durante a campanha presidencial de 2002, ela fez campanha para José Serra (PSDB) e consagrou a frase “eu tenho medo” para se referir à eventual vitória de Lula naquele pleito.
Fonte: O Globo.