O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trabalha com a possibilidade de sofrer um ataque hacker às vésperas das eleições de outubro. Dessa forma, o TSE montou uma força-tarefa para evitar o “risco de crime cibernético sofisticado”.
A Corte não descarta ser alvo de um atentado semelhante ao que acometeu o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em novembro de 2020, informou o jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 3, depois de obter um relatório do TSE.
Em 2020, um vírus ransomware (usado para sequestrar dados e devolvê-los mediante pagamento de resgate) infiltrou-se nos sistemas do STJ. Servidores e ministros ficaram impossibilitados de acessar arquivos e e-mails corporativos.
“Pensemos num ataque de ransomware, às vésperas do pleito de 2022, em que todos os computadores da Justiça Eleitoral amanheçam criptografados, apresentando uma mensagem em sua tela de pedido de resgate para a liberação de seus conteúdos”, observou a papelada, datada de 2021. “São situações extremas, mas perfeitamente possíveis de ocorrer, caso os adequados controles não sejam implementados, não apenas no TSE, mas em todos os tribunais.”
Os técnicos alertaram ainda para a necessidade de “debelar riscos” de vazamento em massa do cadastro eleitoral, de manipulação do sistema de óbitos e direitos políticos para incluir candidatos inaptos e de acesso a dados restritos para venda ilegal no mercado paralelo.
“Ocorrências como essas colocariam em xeque todo o sistema eleitoral e até mesmo a estabilidade do regime democrático de direito, catalisando forças contrárias aos princípios democráticos que existem em nossa sociedade”, alerta o documento, redigido por nove técnicos do TSE.