Convidado para uma reunião do PL em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro na manhã desta quinta-feira, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas(Republicanos) foi vaiado por parte dos deputados presentes por conta do seu apoio à proposta de reforma tributária que deve ser colocada em votação mais tarde na Câmara.
O ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro saiu do encontro com o recado para convencer seu partido a desfazer o fechamento de questão a favor da PEC.
“Não vamos votar isso agora. Se forçar a votação seremos todos contra”, disse ao Radar um parlamentar do PL que participou da reunião. A legenda tem 99 deputados e a maior bancada da Câmara — que tem 513 membros.
Em um vídeo que vazou da reunião, fechada à imprensa, Bolsonaro disse que “nós temos que ter alguns dias a mais para chegar num consenso”, sendo aplaudido pela plateia, e devolveu a palavra a Tarcísio — que estava discursando antes.
O governador então disse que estava tentando explicar que a direita não pode perder a narrativa de ser favorável a uma reforma tributária. “Porque, se não, acaba sendo aprovada e quem aprovou?”, questionou, sendo interrompido por integrantes do PL. “A grande questão é construir um bom texto”, tentou continuar Tarcísio.
Bolsonaro então interrompeu o ex-auxiliar novamente e disse que “se o PL estiver unido, não aprova nada”, sendo novamente ovacionado pelos correligionários.
Apontado como possível sucessor político do agora inelegível ex-presidente, o chefe do Governo de São Paulo insistiu dizendo que não necessariamente defende a votação nesta quinta, mas (novamente interrompido) afirmou que acha “arriscado para a direita abrir mão da reforma tributária”.
Ao microfone, um dos participantes da reunião percebeu que a cena estava sendo filmada e pediu a gentileza de que não fizessem isso.