Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, George Washington, envolvido na tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília, negou ter colocado o artefato em cima do caminhão-tanque.
No início da reunião desta quinta-feira (22), George optou por permanecer calado em quase todas as perguntas dos parlamentares, após liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizando-o a ficar em silêncio para não se auto-incriminar.
Porém, começou a responder a perguntas da senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA), sobre sua família. Disse estar casado há mais de 30 anos e relatou trabalhar no ramo de “combustíveis e inflamáveis” há 37 anos.
“Seria uma loucura, uma insanidade da minha cabeça colocar algo que explodisse um caminhão-tanque. Eu acabarei com toda a minha vida. Eu tenho 55 anos. Alguém aqui dentro falou que eu tô insano. Não estou. Estou há 37 anos no mesmo ramo, eu não seria louco de colocar um artefato explosivo em cima de um caminhão”, afirmou.
Em seguida, emendou falando sobre o acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, montado após o segundo turno das eleições e desmontado após os atos de 8 de janeiro. Segundo o depoente, as Forças Armadas identificaram “infiltrados” no local.
“Naquele acampamento, existia informações e contra-informações. E o que tinha muito ali dentro se chamava infiltrados. Muitos mesmo. Uns apareciam, quando eram descobertos saíam e apareciam outros. Tinha ônibus de infiltrados”, declarou.
George ainda foi questionado sobre suposta discordância com o blogueiro Allan do Santos sobre onde colocar a bomba. Allan teria pedido para que o artefato fosse instalado em um ponto de distribuição de energia em Brasília, para deixar a capital sem luz,
“Esse caminhão com 62 mil litros de querosene não encostaria perto de nenhum avião. Ele iria descarregar no aeroporto e dali, outros caminhões menores abasteceriam o avião. mas jamais eu colocaria uma bomba em cima de um avião”, defendeu-se o depoente.
George Washington está preso desde a noite do dia 24 de dezembro, quando logo após policiais desarmarem a bomba colocada sob um caminhão-tanque com combustível de aviação parada em um dos acessos ao terminal aéreo. Ele foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão.
Oriundo de Xinguara, no Pará, George Washington saiu de Santarém para participar dos atos em Brasília por intervenção militar e anulação da eleição que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas redes sociais, ele fazia uma defesa ardorosa de Jair Bolsonaro e críticas ácidas contra o petista.
O Tempo