Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil.
O clima não é dos melhores entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Depois de ter afirmado, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que a nova direção da estatal tratava a política para o gás no Brasil com “negligência”, Silveira voltou a subir o tom contra Prates.
“Entre agradar Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira de gerar emprego, oportunidade e (reduzir a) desigualdade, eu prefiro que ele feche a cara e que nós possamos lograr êxito”, disse o ministro.
Para Silveira, a estratégia da Petrobras de reinjetar no subsolo mais de 40% do gás produzido em suas plataformas é prejudicial à economia do país. Por dificuldades de escoamento, muitas vezes o gás associado ao petróleo na exploração em alto-mar é reinserido nos poços.
“Não há que se falar em segurança alimentar e segurança energética sem nós aumentarmos a oferta do gás e, consequentemente, tornarmos o gás mais competitivo do ponto de vista do seu preço. Queremos discutir com seriedade, não só com a Petrobras mas também com as demais petroleiras”, prosseguiu Silveira.
“Sabemos que o gás vem sendo tratado como um subproduto da extração de petróleo e, portanto, entendo que é possível que esse gás chegue em maior quantidade e já de imediato em menor preço”, concluiu o ministro.
Gás e Petrobras
Na quarta-feira (14/6), Jean Paul Prates afirmou que não há gás sobrando no Brasil. O presidente da Petrobras também defendeu o investimento na exploração de gás em países vizinhos, como a Bolívia.
“O gás é reinjetado porque é preciso fazer isso. Não tem gás sobrando e a Petrobras não sonega gás. O que tem de gás está aí no mercado”, afirmou Prates. “O que a gente tem que fazer é saber o que vamos fazer com ele: se vai fazer fertilizante, se vai botar na térmica, se vai botar no carro, se vai botar na indústria. Não tem gás para tudo”, completou.
Na entrevista ao Valor, Alexandre Silveira reagiu às declarações do comandante da petrolífera. “O presidente da Petrobras dizer que nada pode ser feito é, no mínimo, para quem tomou posse há cinco meses, negligência”, disse.
Créditos: Metrópoles.