Fintech americana Fiserv disponibilizará funcionalidade aos comerciantes do país, embora data da liberação ainda não tenha sido anunciada
Os brasileiros, em breve, poderão fazer pagamentos via Pix na Argentina. A fintech americana Fiserv disponibilizará a funcionalidade aos comerciantes do país, embora a data da liberação ainda não tenha sido anunciada.
Os pagamentos serão feitos por meio de um QR Code e a cobrança será efetuada em reais. Assim, os brasileiros não precisarão comprar dólares ou pesos em casas de câmbio argentinas.
A taxa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) aplicada à transação de câmbio e à conversão cambial já estará incluída no valor cobrado.
Essa forma de pagamento só vai funcionar nos estabelecimentos comerciais que aderirem aos serviços da Fiserv.
“Como a Fiserv opera em vários países da região, somos capazes de adaptar tecnologias localmente, melhorando a experiência de nossos clientes e, nesse caso, das pessoas que visitam a Argentina”, afirma Jorge Valdivia, executivo da Fiserv no Brasil.
“Pix internacional” não é novidade
O modelo que será utilizado na Argentina não é novidade. Como mostrou uma reportagem do Metrópoles publicada em janeiro deste ano, a Agillitas, instituição de pagamentos do Banco Rendimento, lançou, em novembro do ano passado, o Rendix, que funciona como uma espécie de “Pix internacional”.
A nova plataforma, autorizada pelo BC, facilitou a vida dos brasileiros que vão ao exterior e, até então, não conseguiam fazer compras por meio do Pix fora do país. Assim como a Fiserv, basta encontrar uma loja ou estabelecimento comercial que tenha aderido ao Rendix para efetuar o pagamento de forma instantânea, como ocorre no Brasil.
Com o novo sistema, os lojistas emitem um QR Code, por meio do qual o consumidor faz o pagamento. Uma das maiores vantagens da plataforma é que, em vez dos 6,38% do IOF nas compras no cartão de crédito em moeda estrangeira, a alíquota cobrada é de apenas 0,38% por transferência.
Outro motivo de alívio para os clientes é que, ao contrário das taxas de câmbio cobradas pelos cartões no dia de fechamento da fatura, o Rendix processa o câmbio do momento da compra. O consumidor é informado na hora, com uma mensagem eletrônica, sobre a taxa que está pagando naquela transação internacional.
“A vantagem para o lojista é que ele não tem nenhuma taxa de desconto associada a essa operação, não tem as taxas de maquininha que vemos por aqui. Então, ele tem o interesse de oferecer o meio de pagamento para o cliente. Uma outra vantagem é que o lojista não fica preso ao limite do cartão do consumidor”, afirmou o CEO da Agillitas, Henrique Capdeville, em entrevista ao Metrópoles.
Segundo a Agillitas, cerca de 30 estabelecimentos comerciais no exterior utilizavam o Rendix, a maioria localizada na América Latina. O modelo tem sido cada vez mais usado, principalmente, em cidades em que há forte presença de turistas brasileiros, como Buenos Aires e Bariloche (Argentina), Punta Del Este (Uruguai) e Ciudad Del Este (Paraguai).
Também há lojas e departamentos comerciais que já usam o Rendix na França, em Portugal e nos Estados Unidos. Até no Catar, no fim do ano passado, foi possível comprar produtos e ingressos para alguns jogos e eventos relacionados à Copa do Mundo por meio do Pix.
Metrópoles