Foto: Ricardo Stuckert
Em maio, 438 mil famílias cujo cadastro no Bolsa Família foi aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) não receberam o benefício. A informação é da Folha de S.Paulo, em reportagem publicada no domingo 4.
A fila contraria as declarações e a promessa do governo, que relançou o programa em março e prometeu zerar a fila, especialmente em razão do aporte de R$ 70 bilhões aprovado pelo Congresso, além dos R$ 105 bilhões já previstos inicialmente no Orçamento.
Em janeiro, segundo o governo, havia uma fila de 498 mil famílias que estavam na lista de espera do Auxílio Brasil. O passivo foi zerado em março, mas, dois meses depois, voltou praticamente ao patamar de janeiro. O governo havia prometido que, com o acréscimo de R$ 70 bilhões, todas essas pessoas seriam incluídas no programa. Mas a fila voltou a crescer pouco tempo depois.
Uma família entra na lista de espera quando já teve os documentos analisados e aprovados pelo MDS, ou seja, cumpre todos requisitos e já está apta a receber o benefício.
Em nota enviada à Folha, o MDS, comandado pelo ministro Wellington Dias, não esclareceu os motivos da fila e informou, apenas, que o prazo médio para a entrada de novos beneficiários no Bolsa Família está em 70 dias — mais de dois meses. O prazo é de 45 dias para famílias de “indígenas, quilombolas, resgatados de situação análoga à escravidão”, considerados “vulneráveis”.
No fim de abril, o Bolsa Família foi bloqueado em Salvador, e milhares de beneficiários se aglomeraram na capital baiana para descobrir o motivo da restrição. Naquela ocasião, o MDS justificou o bloqueio de 1,2 milhão de pessoas ao identificar um aumento significativo de cadastros de famílias unipessoais em 2022. Diante desse fato, intensificou-se a suspeita de que boa parte desses novos cartões é consequência de informações falsas.
Revista Oeste