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Certamente, o estudo científico revela cada vez mais informações sobre substâncias e materiais que inicialmente pareciam inofensivos, mas que, posteriormente, identificaram como potencialmente prejudiciais à saúde humana.
Essas descobertas ressaltam a importância contínua da pesquisa e da avaliação de produtos químicos e substâncias em diferentes contextos.
Um exemplo notável é o caso das polifluoroalquiladas, uma classe de compostos químicos que por muito tempo foi considerada altamente estável e de baixa toxicidade. No entanto, estudos científicos mais recentes revelaram que certos produtos podem conter esse tipo de composto químico.
As polifluoroalquiladas são uma classe de compostos químicos que vem despertando preocupações em relação à sua associação com o câncer. Essas substâncias incluem os perfluorocarbonos de cadeia longa, que são amplamente utilizados em uma variedade de produtos de consumo e aplicações industriais.
Estudos científicos investigam a possível ligação entre a exposição a polifluoroalquiladas e o desenvolvimento de certos tipos de câncer. É o caso da pesquisa publicada pela revista Environmental Science & Technology Letters. E embora a pesquisa ainda esteja em andamento e haja necessidade de mais estudos, alguns resultados sugerem uma correlação preocupante.
Em particular, a exposição prolongada a certas polifluoroalquiladas, ou ainda podemos chamar de PFA, associa-se a um aumento do risco de câncer, segundo estudos epidemiológicos e experimentais. Esses compostos têm a capacidade de persistir no meio ambiente e podem se acumular nos tecidos do corpo humano ao longo do tempo.
Papel higiênico e o câncer
Como já falamos no início, muitos estudos sérios descobrem cada dia mais produtos que são prejudiciais à saúde humana. O estudo da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, revela que o papel higiênico pode conter substâncias PFA, que se ligam a causas de câncer.
O estudo trouxe à tona informações alarmantes sobre a presença dessas substâncias no papel higiênico em todo o mundo. A pesquisa teve como base a análise de água e lodo de esgotos coletados em diversos continentes, incluindo América e Europa.
Em um trecho, o estudo resume bem o seu objetivo:
“Neste estudo, tanto o papel higiênico quanto o lodo de águas residuais foram caracterizados para explorar a magnitude do carregamento potencial de PFA nos sistemas de águas residuais do papel higiênico.”
Os resultados
Na Europa, os números foram significativamente mais alarmantes. Na Suécia, a substância cancerígena no papel higiênico chegava a impressionantes 35% do total, enquanto na França esse número é de aproximadamente 89%.
Esses dados indicam uma contaminação substancial e generalizada dos sistemas de esgoto por polifluoroalquiladas provenientes do papel higiênico.
A descoberta da presença de polifluoroalquiladas no papel higiênico e sua possível associação com o câncer é motivo de preocupação e destaca a necessidade contínua de estudos sobre esse tema.
Os resultados do estudo da Universidade da Flórida ressaltam a importância de uma compreensão mais ampla dos riscos à saúde em associação a essas substâncias químicas presentes em produtos de consumo comuns.
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