O ex-governador paulista Geraldo Alckmin responde até hoje na Justiça a uma ação movida pelo PT, partido do qual agora é aliado.
Ex-tucano, Alckmin se filiou ao PSB e, a partir da convenção que a legenda promove nesta sexta-feira, estará oficialmente nomeado como vice na chapa presidencial do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
A ação foi movida em março de 2018 por 13 deputados da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo. Àquela altura, Alckmin estava deixando o governo estadual para concorrer à Presidência pelo PSDB.
Os parlamentares petistas responsabilizavam o então tucano por supostos prejuízos causados pela concessão de duas linhas de metrô à iniciativa privada.
A ação questionava o lance mínimo proposto pelo governo paulista na concorrência, que representava menos de 1% dos R$ 22 bilhões investidos no empreendimento, e o fato de a concessão ter sido feita por meio de decreto, sem aprovação prévia da Assembleia.
Em fevereiro de 2020, a defesa de Alckmin se manifestou dizendo que não havia nenhuma ilegalidade nem prejuízo na concessão e que os petistas utilizaram “metodologia equivocada” e “argumento falacioso” no processo.
O processo movido pelos parlamentares contra o agora aliado está pendente de julgamento.
A mudança de cenário já reflete no discurso dos políticos que antes eram adversários figadais. Um dos autores da ação, o deputado petista Alencar Santana tira por menos as divergências do passado e, agora, elogia o “viés democrático” de Alckmin.
“Isso passou. O que está em jogo é a democracia. Podíamos ter divergências políticas sobre algumas ações do governo, como essa concessão que nós entendíamos que tinha um problema legal. Mas temos que admitir que o governo Alckmin também era um governo de viés democrático”, disse Santana à coluna.
Créditos: Metrópoles.